- Área: 38 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:David A. Garcia
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Fabricantes: HSM Industri, Moelven
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto dá acesso a uma das gemas arqueológicas da Dinamarca, oferecendo uma complexa experiência espacial. Antes inacessível, o visitante agora pode entrar e acessar o espaço principal da torre, observar as camadas arqueológicas e a paisagem circundante. Cultura e natureza, em pequena e grande escalas, estão unidas por este acesso em espiral.
Esta ruína medieval de 700 anos é bastante importante na história dinamarquesa. Construída em um canal que se origina no litoral, é uma referência local, uma âncora social e uma grande atração turística nacional na parte do norte da península de Jutland. Com três andares de altura e dois de profundidade, a torre de tijolos esteve internamente vazia por séculos, com uma pequena abertura em sua base sendo a única fonte de acesso visual ao interior. O projeto, uma escadaria em ziguezague, permite que o visitante entre, tenha as camadas arqueológicas ao alcance das mãos, suba para acessar as aberturas da fachada e as varandas, tendo em cada parada a oportunidade de ver as magníficas paisagens que cercam este local histórico.
Embora minimalista em seus detalhes, a escada cria um espaço complexo dentro do vazio cúbico, culminando em sua porção superior, aberta para o céu.
O desejo de permitir que o visitante "tocasse" as camadas arqueológicas da torre, e simultaneamente "saísse" da ruína e "levitasse" na paisagem foi fundamental. O gesto arquitetônico é o resultado geométrico de conectar aberturas e patamares, com o objetivo de apresentar a riqueza do sítio arqueológico e a paisagem circundante. Por ser um sítio arqueológico, foram significativos os desafios para ancorar a estrutura nos poucos pontos de apoio permitidos.
Uma característica do trabalho do MAP Architects é mesclar narrativa e tecnologia para resolver desafios extremos. Um scanner 3D portátil construído para este projeto foi um elemento decisivo para gerar uma imagem 3D digital de cada tijolo, o que reduziu os erros a um mínimo e permitiu um desenho que se "encaixasse" no local.
Mudando constantemente o tamanho dos patamares e as proporções dos degraus e dos espelhos, foi possível oferecer um corrimão contínuo, sem variações de altura, reduzindo significativamente a desordem formal e visual.
O que parecia ser uma simples escada, emoldurou a paisagem e a arqueologia num espaço bastante apertado, potencializando a experiência do visitante e duplicando o número de visitantes durante a noite.
O projeto foi recentemente nomeado para o European Mies van der Rohe Award de 2017.
Descrição do Produto. A escadaria possui estrutura de aço, com apoios em apenas quatro pontos da ruína para minimizar os danos ao monumento histórico. As partes laterais e inferiores são revestidas em madeira, especialmente tratada para aumentar sua durabilidade em até 60 anos, sem tinta. As escadas e o corrimão são de metal, pintados em preto fosco para garantir a máxima durabilidade, uma vez que o local se situa na costa e, portanto, apresenta condições meteorológicas difíceis. A escada foi construída em 7 grandes partes numa fábrica que normalmente produz elementos náuticos, e montada na torre com o uso de guindaste. O local de intervenção se apresentou extremamente desafiador, uma vez que toda a área é considerada patrimônio cultural e é estritamente protegida. Portanto, nenhum dano à torre era permitido e todo o processo foi acompanhado de perto.