- Área: 140 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Daniel Malhão
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Fabricantes: Azulima, CYMISA, FSB Franz Schneider Brakel, Hager, JNF, Ofa, SIMONSWERK North America, THPG, Weber
Descrição enviada pela equipe de projeto. No alto de Alfama, abaixo do Mosteiro de São Vicente de Fora e junto ao Panteão Nacional, acha-se um pequeno largo que se estabelece como uma pausa singular na topografia acentuadamente descendente que nos conduz ao rio. A operação trata da recuperação de um dos edifícios limítrofes, de base medieval, que se constitui já como exemplo raro num conjunto dominado por edificações posteriores ao terramoto de 1755. Trata-se de um edifício popular que resulta da desanexação de um conjunto palaciano maior, ainda subsistente, e que serve, actualmente, uma escola do ensino superior. A ocupação deste pequeno edifício foi gerando, ao longo dos tempos, novos muros que definiram subdivisões internas que resultaram no estabelecimento de uma casa servida por dois pátios. A casa foi ampliada e alterada, e os pátios foram sendo ocupados por outras construções de apoio, tendo o conjunto chegado aos nossos dias bastante deformado e arruinado.
A intervenção pretende esclarecer o argumento interno do conjunto, reforçando o seu sentido mais intrínseco. Se são os pátios que determinam a organização, é nos seus intervalos que se dispõe o programa. Desta operação resultam quatro espaços exteriores, intercalados por estreitos lugares de abrigo. O conjunto, por fim, remete para a idéia da ruína, pelo carácter destelhado do conjunto; remete para a contenção, pela natureza e parcimónia das celas habitáveis; e remete para o prazer, pela disponibilidade com que se exploram os pátios - enquanto salas exteriores, destituídas de função imediata. Uma destas salas exteriores acha-se inundada de água, fechando um ciclo que, no labirinto de ligações, se perpetua.