- Área: 18000 m²
- Ano: 2016
-
Fotografias:Matthieu Tregoat, Cyrille Weiner
-
Fabricantes: Alucobond, Metsa Woods, Poly-Pac, Soprema
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Cidade de Revin está entre os meandros do Rio Meuse, envolta por florestas e encostas. A Cidade Escolar Jean Moulin foi construída no final dos anos 60, desenhada em configuração ortogonal em três pavimentos com ares modernistas, na era do racionalismo. Meio século depois, o edifício se deteriorou e foi necessária sua reconstrução. Especialmente depois que os métodos de ensino e tecnologia progrediram de maneira considerável e os materiais que contém amianto se provaram nocivos à saúde. Em 2010, uma forte rajada de vento removeu a cobertura do Colégio e alguns meses depois 50 cm de neve caíram em algumas horas. Em 2007, foi lançado um concurso para a reconstrução da escola.
O objetivo era demolir e reconstruir todo o complexo da escola. Dividir a obra em fases foi crucial para que atividades da escola fossem programadas e menos impactadas. O projeto vencedor foi baseado em uma preocupação forte e compartilhada pela reconstrução da relação entre o construído e o ambiente natural, muito antes de ser um modismo entre a nova geração de arquitetos. O edifício tinha que desenvolver uma relação com a paisagem, uma que ajudasse a mesclá-los em um só.
O terreno onde está o Colégio Jean Moulin naturalmente evoca a ideia de uma varanda na floresta, mas depois de 60 anos, o edifício ainda parecia estranho na paisagem, suas fortes geometrias contrastavam com este ideal.
O terreno ocupado pelo projeto se apresenta como uma espécie de esporão, arredondado pela erosão. Seu limite ao norte está a borda do platô, no caminho de acesso à oeste e ao sul está a quadra esportiva. À leste está uma encosta inclinada com o rio no sopé, apenas visível através das árvores, mas o barulho lento e audível de suas águas anunciam sua presença. A ambição dos arquitetos era simular os contornos das montanhas e trazer o edifício o mais próximo possível da vegetação. As restaurações mais recentes se mantiveram na entrada do campus, e seu vocabulário arquitetônico é incongruente. A partir da esplanada, a entrada se abre em um grande espaço. A nova escola acompanha a topografia do terreno, aderindo à rocha da encosta desde a borda do platô até a área residencial que a separa do rio. Os elementos educativos do programa se distribuem em dois edifício grandes e baixos, (denominados "faixas"). Estes estão dispostos em varandas que proporcionam à todas as salas de aulas amplas vistas panorâmicas ao sudeste. As duas fileiras que estão bastantes distantes entre si e as faixas da cobertura terminam em elementos que parece dobrar-se, com janelas verticais e oblíquas para proporcionar uma boa iluminação na parte superior.
A 'Ágora', como é chamada, adere à encosta e serpenteia até o ponto mais baixo com uma série de rampas, discretamente ecoando as curvas do rio. Nestas rampas está o acesso para as salas de aula e oficinas, através de amplas circulações que também estão à céu aberto, e podem ser utilizadas como evacuação em caso de emergência. "La Place" é um grande espaço destinado aos intervalos e atividades recreativas, sendo acessível para cadeirantes. A parte inferior do complexo é destinado aos esportes, onde está uma pista de atletismo que faz a transição para um 'ginásio inteligente', com possibilidade de abrigar diversos esportes de equipes. Um telhado verde ajuda a fazer uma transição suave entre os ambientes construídos e naturais, com paisagismo que combina árvores altas, arbustos e pedras expostas. A nova escola oferece uma arquitetura radicalmente inovadora em sua reconciliação com a natureza, além da sintonia com o espírito contemporâneo de uma época que está consciente das questões ligadas ao consumo inteligente de energia.