- Área: 45 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Pedro Napolitano Prata
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Fabricantes: Fernando Jaeger, Maria Joaquina Marcenaria, Reka Iluminação
Descrição enviada pela equipe de projeto. Nos últimos anos a tendência predominante nos novos prédios residenciais lançados na cidade de São Paulo é o tamanho cada vez menor da área das unidades. Considerando as condições dos grandes centros urbanos, não levamos essa tendência como algo necessariamente ruim. A racionalização do uso dos espaços é cada vez mais uma solução, para que a ocupação das cidades possa ser feita com foco no coletivo. Nesse sentido a concepção de projetos reunindo um grande número de residências em um mesmo edifício acaba por ter um impacto positivo.
O grande problema dessa forma de ocupação é o desenho das plantas, normalmente entregue pelas construtoras. Mal planejadas e projetadas com um certo descaso, algumas plantas jogam contra o imóvel e o deixam com aspecto menor do que ele realmente é.
O grande problema nessa forma de pensar como morar está no desenho das plantas, geralmente entregues pelas construtoras. O resultado se percebe claramente um certo descaso e indiferença com quem irá viver naquele espaço. Não raro, algumas plantas jogam contra o imóvel, tendo como efeito deixar o aspecto do apartamento menor do que é de fato
Esse é o caso que encontramos na planta original desse apartamento de 45 m2. A tipologia era composto por uma cozinha seguida de área de serviço, que mal se conectavam com uma minúscula sala de estar e varanda. Na sequência vinham dois dormitórios muito mal dimensionados.
Tomando partido que o proprietário moraria só e que a premissa principal era dar amplitude aos espaços, chegamos a uma conclusão instantânea. O apartamento deveria ser inteiro aberto e conectado.
A primeira providência foi unir os dois quartos transformando-os em apenas um. O que o divide da sala de estar é uma porta de correr piso teto, que quando totalmente aberta se esconde atrás do armário, unindo sala e quarto em um ambiente só. Um móvel em marcenaria e com rodízios, projetado especificamente para o apartamento, faz a função de rack. Por ser móvel, ele atende tanto a sala quanto o quarto nos momentos em que a porta de correr estiver fechada.
Com a finalidade de estender a sala, o caixilho existente da varanda foi retirado e seu antigo espaço ampliado e fechado com painéis de vidro móveis. A cozinha também foi deixada aberta e expandida ao seu máximo, respeitando o limite da área de serviços, único ambiente dividido do restante do apartamento.
A utilização do piso monolítico de cimento queimado reforça a sensação de espaços integrados em um grande ambiente único e conversa com a viga de concreto aparente, também em evidência. A decisão de não utilizar forro de gesso se deu pela necessidade de um pé direito maior, assim deixando os ambientes mais amplos e confortáveis.