- Área: 300000 m²
- Ano: 2011
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Fotografias:Gregori Civera, Lluis Carbonell
Descrição enviada pela equipe de projeto. Benguerir é uma cidade próxima de Marrakesh, Fes e Meknes não estão longe, cidades cujas sinuosas medinas estão entre as mais belas do mundo.
E podemos ignorar as avenidas brancas de Casablana, moldadas pelo movimento Art Deco? Os jardins de Rabat? Os oásis do Vale Draa? O ksour e os palácios de terra ao sul do Atlas? Não. É impossível construir em solo marroquino como se faria na China ou no deserto de Las Vegas.
Aqui, mais do que em outros lugares, era necessário levar em conta o contexto. A arte de viver. Uma civilização. Restabelecer um vínculo com o que costumava ser uma fonte nacional de orgulho: a arte de construir uma cidade. Cidade que o mundo continua admirando, desde o coração palpitante da antiga Marrakesh, Jemaa el-Fna, até a mesquita de Córdoba, na Espanha.
Este projeto reforçou minha convicção de que era possível unir a riqueza patrimonial de Marrocos com a modernidade. Reconhecer a força de uma tradição não significa olhar somente para trás; Aproximar-se do futuro com uma mentalidade antiquada seria fatal. As condições econômicas, técnicas e sociais nas quais se constrói hoje o campus Mohammed VI, para não mencionar a totalidade da Cidade Verde, estão completamente separadas das que originaram Koutoubia e a Bacia Agdal. Em Benguerir teriam arcadas, ruas cobertas ou semi-cobertas, espaços públicos relativamente estreitos. Detalhes apresentados por aqueles que nasceram no Reino ou que, pelo menos, provam suas sutilezas. Inventei uma arquitetura que enfatiza a geometria da praça, que trabalha através de todas as variantes do pátio e que traz de volta as figuras mais importantes da cultura marroquina como o muxarabi ou o arabesco árabe-andaluz.
Obviamente, todos estes elementos que unem uma comunidade e criam uma identidade foram atualizados. Re-trabalhados. Adaptados. Como a maioria das cidades marroquinas, por exemplo, o campus possui uma praça central e uma passarela pedonal que percorre de um extremo ao outro. Suas cores evocam as cidades do deserto. Está repleta de oliveiras, ciprestes e palmeiras, as árvores emblemáticas de Marrocos. Mas também possui uma cobertura que não existe em nenhum outro lugar. Esta estrutura é fruto de longos cálculos matemáticos. A realização de algoritmos através de aço e vidro, que somente um software computacional poderia dominar. Estar seguro das referências modernas a serem utilizadas - é também papel do arquiteto. É porque o campus Mohammed VI está tão arraigado em solo marroquino que a estrutura só pode ser vista como uma obra de vanguarda.
O projeto da Universidade Politécnica Mohammed VI é único. Por seu tamanho. Por seu acondicionamento climático. Por suas ambições. Por sua metodologia. E pela gama de habilidades que deveria reunir. A industrialização do processo de construção foi necessária, junto com a rápida tomada de decisões. Fortes e legítimas expectativas ambientas e tecnológicas foram satisfeitas. A história urbana está sendo escrita agora mais do que nunca, mas em um tempo que carrega séculos de cultura.