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Arquitetos: IDOM
- Área: 1823 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Marcelo Donadussi, Pau Iglésias
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Fabricantes: Andretta Concretos, Atualitá Blocos De Concreto, Brastelha Coberturas, Britas Fuchs, Celesp Mat. Eletrico E Iluminação, Ceramica Princesa, Cimflex Plasticos, Color Tintas, Concretos Calheirão, Concretos Giacomel, Consert Maquinas, Eletropasso Eletricidade, Erefibras, Gerdau S.A, Grupodelta, JR Comércio De Cimento, Lm Vidros, Luminar C, Madepalma Madeiras, Maxi Metal, +11
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Parque da Gare se situa na zona da antiga estação de trem e revitaliza o parque criado nos anos e 1980. O seu abandono e a sua importância como espaço no interior da zona central da cidade de Passo Fundo, levaram à concretização de um projeto para a revitalização da parte paisagística e urbanística com a introdução de algumas infraestruturas: uma feira do produtor substituindo a que atualmente funciona no prédio da Antiga Gare, mas sem as condições exigidas; uma nova lanchonete com ponto de informação substituindo o pequeno bar exterior existente; uma nova zona de banheiros e manutenção; e uma zona polivalente com zona e apoio e coberta na parte mais baixa do parque, junto ao lago, também revitalizado e integrado no desenho do parque, sendo realizada toda a sua limpeza e caracterização para recebimento das águas naturais existentes no parque. Todas as infraestruturas tombadas existentes no parque foram reforçadas na sua importância com a sua integração espacial e a sua completa requalificação, mantendo os traços originais
O espaço urbano é desenhado para ser usufruído com elementos de convívio e contemplação. O desenho adota os caminhos e algumas quadras existentes, melhorando a sua qualidade e acrescentando outros percursos para acessos e organização interior do parque. A intervenção urbana é dividida em dois tratamentos distintos, o interior pertencente ao parque em piso de concreto e o exterior pertence à cidade, em pedra da região – como todos os passeios da cidade de Passo Fundo, mantendo a relação entre a cidade e o novo parque.
Foi necessário adaptar o novo parque e suas infraestruturas à topografia difícil que desenha o parque. Foram também construídos diversos muros de contenção, pontes, passarelas e edificações que ajudam à transposição de diferentes barreiras e organização do espaço.
O desenho dos caminhos vai sendo alternado com diferentes materialidades, madeira, pisograma, cimento e intertravado que organiza espacialmente o parque e o seu uso. Surgindo playgrounds e pergolados
Paisaigismo
O Projeto de Paisagismo foi realizado com a colocação de espécies nativas que possam realizar e estabelecer um contato entre os usuários, os exemplares escolhidos e a proteção natural do espaço: relacionando as cores, tamanho e características de cada árvore com a função necessária para cada espaço, no controle de sombra, na relação imagética e espacial
Devido ao grande número de árvores já existentes no parque, foram colocadas algumas mudas que vão compensar e organizar algumas das zonas. O desenho do parque busca manter as manchas já existentes, agregando elementos que compensam e organizam o parque. O desenho do espaço urbanizado, considerado como piso duro, reflete essa intenção e mesmo alguns elementos como o lago, são protegidos através do seu desenho para aumentar a insolação dos espaços ou espécies. Criando pequenas alamedas de árvores baixas, no sentido sul norte, para diminuir a sombra e aumentar a oxigenação das águas e colocando pequenos conjuntos de árvores que tenham cor, agregando assim uma distinção cromática agregada ao verde constante existente atualmente no parque.
Devido a ter poucas áreas estáveis foram deixados alguns espaços sem árvores para contemplar e usar as zonas de gramado, usadas para atividades diferentes pelos diversos usuários
Prédio da Feira do Produtor
O Prédio da Feira do Produtor está implantado em uma zona de declive acentuado, sendo a diferença e cota entre a Avenida Sete de Setembro e a Rua Capitão Bernardo de aproximadamente quatro metros, entre as quais se desenvolve a edificação, articulando patamares e acesso por rampas e escada. Estabelecendo uma relação de acessibilidade com todas as diferentes cotas exteriores e interiores
O edifício contém todo o seu programa no interior, devido às condições climáticas de Passo Fundo, e tem uma relação direta com as duas ruas paralelas a si, assim como uma relação direta com os estacionamentos adjacentes, para carga e descarga e clientes. O seu interior é organizado espacialmente por rampas que conectam três espaços interiores a diferentes cotas: o primeiro se interliga com a Avenida Sete de Setembro, contendo a zona de apoio, com banheiros, depósitos e instalações, descendo a rampa, temos um patamar intermédio onde surge a praça de alimentação que se conecta ao acesso a leste pelo parque, em patamar inferior temos as zonas fixas dos frios, baixo o espaço de mezanino, donde se acede à Rua Capitão Bernardo e estacionamento da feira
A estrutura do Prédio da Feira do Produtor é composta por sistema misto de concreto e metálico. A estrutura de concreto realiza a zona do embasamento do edifício no contato com o terreno, com a formação de pilares, vigas, muros de arrimo, e lajes pré-moldadas. Desta estrutura de concreto se solta a estrutura metálica, com a formação de pilares e vigas para fechamentos laterais e de cobertura, a qual organiza espacialmente a envolvente da edificação, originando um grande espaço central aberto e isento de pilares.
A Cobertura será executada em telhas metálicas sobre estrutura de terças metálicas, assim como o fechamento exterior, havendo uma continuidade material entre o telhado e a fachada.
As aberturas na fachada servem para ventilação e iluminação e a sua disposição agrega ritmo nas fachadas mais longas do edifício. As grandes aberturas nos topos do edifício geram uma continuidade espacial do exterior para o interior e vice versa.
Prédio da biblioteca
A divisão espacial do terreno em dois níveis também se reflete no partido de projeto deste edifício, já que o pavimento inferior é semienterrado na topografia, aberto para o lago.
O edificio na parte inferior é todo em concreto armado e a partir de sua laje de cobertura (a laje intermediária da biblioteca) se desenvolve um prisma de forma singular, que explora em estrutura metálica e fechamento em alvenaria com algumas superfícies envidraçadas.
O pavimento inferior contém um núcleo funcional que concentra as áreas molhadas, com os sanitários públicos e a escada externa de acesso ao pavimento superior, além de ter a infraestrutura necessária para a instalação de uma pequena lanchonete no extremo leste, todos esses usos se situam junto ao muro de arrimo e estão voltados para uma grande área livre e coberta, onde se podem realizar eventos.
O pavimento superior corresponde a um espaço polivalente, sem uma atividade estrita, podendo abrigar usos diversos e um pequeno núcleo de sanitários e balcão de recepção aos visitantes. Conta ainda com dois acessos em suas extremidades opostas. O seu uso interno está previsto para ser realizado em conjunto com a praça existente na cota superior, à cota da laje superior, interagindo com aquele espaço exterior