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Arquitetos: AGi architects; AGi architects
- Ano: 2016
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Fabricantes: panoramah!®, GMetal, GRG, Gunni&Trentino, Pedro Beltrán
Descrição enviada pela equipe de projeto. Tudo começou com uma questão: É possível desenhar um espaço externo que pode ser utilizado 365 dias por ano?
Para lugares onde o clima é moderado pode parecer simples, mas em regiões de climas extremos como o Kuwait é preciso pensar novas estratégias. Passamos a pergunta ao cliente: é possível viver em um espaço externo localizado em diferentes níveis? Você conseguiria classificar suas atividades ao ar livre em ações diurnas e noturnas? De verão e de inverno?
Essas perguntas podem ser difíceis de serem respondidas por uma família mediterrânea, mas definitivamente não é o caso para aqueles acostumados a morar em condições adversas e que podem facilmente definir o que pode ou não ser feito durante o verão, por exemplo.
Decidimos estratificar os usos externos de acordo com o período do ano e as horas do dia em que essas atividades podem ser desenvolvidas, e assim surgiu o conceito de três jardins diferentes.
O primeiro deles é um 'Jardim Molhado' no térreo, que permitiu ativar espaços relacionados durante os períodos mais quentes. A piscina e algumas fontes de água estão localizadas aqui, rodeadas pelos principais espaços sociais da casa.
O Jardim de Verão está na camada mais fria, localizada 4 metros abaixo do nível da rua. Protegido pela massa térmica do solo e pelo sombreamento do volume da casa, uma grande camada de água está posicionada para catalizar a evapotranspiração que por convecção sobe e refresca o ar em direção aos espaços superiores.
O terceiro está na cobertura, um local ideal para os dias de inverno e as quentes noites de verão. Uma camada de placas perfuradas cobre o Jardim de Inverno, evitando o efeito da radiação solar direta e aumentando a privacidade de seus habitantes.
Estes três jardins se tornam unificados como apenas um espaço externo e são conectados tanto visual como fisicamente através das escadarias externas. O restante da casa foi desenvolvido a partir da geração de vazios já mencionados, articulando o programa dos usos exigidos em torno deles.
Outro aspecto importante é a circulação interna da casa, fortemente conectada ao conceito de família assumido pelos clientes. A partir da entrada principal, a separação dos espaços e níveis atua como um filtro para visitantes, portanto aqueles que circulam por ali são apenas aqueles que têm uma relação próxima com a família. A circulação dentro do edifício - tanto vertical como horizontal - é concebida de maneira fluida criando múltiplas rotas e possibilidades para os residentes de maneira mais ou menos direta. Os percursos podem ser realizados tanto interna como externamente, oferecendo vistas qualificadas e diferentes experiências. Neste sentido, as áreas 'públicas' são visualmente conectadas, deixando a maior parte das áreas privadas mais íntimas. Oposto ao volume fechado e em direção ao lado externo, enfatizado pelo revestimento uniforme em pedra - está a total transparência dos espaços voltados ao pátio interno, revestido em azulejos brancos que refletem a luz para iluminar os ambientes naturalmente.
A mesma camada perfurada que serve de filtro na cobertura - placas metálicas de alumínio anodizado - foi utilizada para manter a privacidade dos residentes em relação à seus vizinhos e filtrar a luz direta, servindo como abrigo para a vegetação contra o clima agressivo do Kwait.