- Área: 2347 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Mariela Apollonio
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Fabricantes: Heradesign, Mazarrón tejas, Viroc
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto tem como objetivo a reabilitação do edifício da Antiga Estação de trem para abrigar usos relacionados ao lazer e ócio destinados fundamentalmente ao público infantil e juvenil. A intervenção se estende, por um lado, até a praça da Estação - antigo pátio de viajantes - tornando este espaço exclusivo para pedestres e transformando-o em um lugar de relaxamento e, por outro, no âmbito das vias de trem, transformadas agora em bulevares.
Para contextualizar e integrar o edifício no bulevar foi construído um pergolado que se adapta à trama do projeto e faz a transição entre a escala da edificação e o espaço livre ajardinado - recuperando a lembrança da grande marquise que existia, feita com vidro e ferro, e que protegia as vias e os pedestres. Este pergolado, além de servir de apoio ao espaço do café, dilui o limite do edifício prolongando-se para a área arborizada a oeste.
A intervenção feita no Edifício de Viajantes procura recuperar a essência do mesmo, adaptando a construção ao novo uso previsto reinterpretando a concepção espacial do conjunto, assim como a relação física e visual entre as partes que o caraterizam como peça arquitetônica.
O edifício se estrutura a partir de um eixo linear e se divide nas diferentes áreas solicitadas no programa. Na ala leste, a zona infantil; na ala oeste, o espaço de restauração; no espaço de acesso, no nível do antigo mezanino, a administração; no primeiro pavimento, a área juvenil, unindo as três torres por meio de passarelas com escadas nos extremos.
No corpo central está o núcleo de comunicações verticais e serviços permitindo o uso parcial das diferentes áreas do edifício sem necessidade de duplicar os elementos de comunicação ou banheiros que, por sua vez, possibilita a concentração das instalações.
No acesso ao edifício, desde o Pátio dos Viajantes, se recupera o espaço original com a disposição de caminhos cobertos por marquises que penetram no interior do mesmo, servindo para barrar o vento. Esta operação define o acesso e a geometria original reinterpretando tal elemento.
No interior, os muros de carga são seccionados no térreo para conseguir um espaço fluído e contínuo visualmente entre os diferentes volumes. Ao mesmo tempo, se elimina completamente o forro do mezanino executado com um curto orçamento a meados do século XX, fragmentando a altura original do térreo. Esta cota é recuperada de forma parcial no acesso, após cruzar um umbral com a altura original da estação. Com isso, consegue-se a compressão prévia do espaço no acesso dos volumes laterais.
São eliminados os revestimentos interiores existentes, tornando aparente a estrutura, seja de pedra seja de tijolo. Essa operação, necessária para a reabilitação dos muros, permite diferenciar claramente as partes existentes do edifício em relação às novas.