- Ano: 2017
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Fotografias:Luis Asín
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Fundação Norman Foster, que inaugurou oficialmente sua sede em Madri em um palacete histórico, obra de Joaquín Saldaña, em 1 de junho, apresenta o novo pavilhão no seu pátio onde é exposta uma série de objetos e imagens que ao longo dos anos foram referências pessoais para Foster. Além disso, é um espaço flexível para conversas, palestras e programas educativos, com uma fachada que pode abrir-se ao pátio para celebrar atos ao ar livre.
O novo edifício resolve a geometria irregular do pátio com um telhado na forma de asa de um avião sustentado por uma estrutura de aço em balanço, oculta sobre uma fachada de painéis de vidro sem meios visíveis de apoio, de modo que o telhado parece flutuar sobre ela. O resultado é uma arquitetura que procura as qualidades efêmeras da luz, a leveza e os reflexos. Os elementos se reduzem ao mínimo com uma cobertura e beiral espelhado que dissolve ainda mais o volume do espaço para ressaltar seu conteúdo.
Uma escultura criada pela artista espanhola Cristina Iglesias projeta sombra sobre o pátio e a fachada de entrada do pavilhão. Tal peça, "La Ionosfera" (Um lugar de tormentas silenciosas), está composta por painéis leves entrelaçados de fibra de carbono com padrões inspirados nas "Fontes do paraíso", um texto de Arthur C. Clarke, e emoldura as vistas do pátio desde o pavilhão, além de banhar-se na meia sombra
Com o uso inovador, porém sutil, do vidro, aço e materiais compostos, o pavilhão continua explorando técnicas nas quais Norman Foster foi pioneiro durante mais de cinco décadas. Junto com a entrada, o amplo pano de vidro voltado ao pátio é uma enorme porta de 2,7 toneladas e 6 metros de largura. Uma vez aberta, o interior e o exterior unem-se em um espaço fluído para os atos da Fundação.
Trabalhando diretamente com artesãos de metal e vidro, foi possível desenvolver uma combinação de esbeltas secções de aço inoxidável com bordas de espelho polido que desmaterializam o volume das estruturas de suporte.
O detalhado desenho e a construção do pavilhão foram executados em seis meses. Isso foi possível pré-fabricando todos os elementos. O alto rendimento térmico da envoltura de vidro do edifício, o sistema de climatização por piso radiante, a generosa sombra exterior e a iluminação LED de última geração formam parte da sua concepção sustentável.
O conteúdo do pavilhão é uma eclética seleção de objetos, maquetes, fotografias e esculturas dos âmbitos da arte, arquitetura e desenho que inclui aviões, carros e locomotivas. Para Norman Foster não são mundos independentes, mas sim, interconectados enfatizando sua paixão pela aeronáutica. A exposição também é uma oportunidade para reconhecer a importância que tiveram para Foster outros arquitetos, engenheiros e mentores tanto do passado como do presente.
É exposto pela primeira vez o Avions Voisin C7 de 1927 restaurado que foi propriedade de Le Corbusier e aparecia nas fotografias de todas suas primeiras obras. Este veículo histórico utiliza tecnologia aeronáutica idealizada por Voisin para suas máquinas voadoras muito avançadas no seu tempo. Devido ao abundante uso de vidro, que remete a nova arquitetura da sua época, era conhecido como Lumineuse. Gabriel Voisin também foi mecenas de Le Corbusier que batizou sua radical proposta para Paris como Plano Voisin.
A Fundação Norman Foster é uma entidade independente do estúdio de arquitetura de Norman Foster. Os arquitetos que trabalharam no desenho do pavilhão, sob a orientação de Norman Foster, pertencem ao departamento de Arquitetura, Desenho e Tecnologia da própria Fundação. Na execução do projeto foram fundamentas os conhecimentos, habilidades e materiais locais - onze dos doze elevadores e seis dos nove empreiteiros e fornecedores são espanhóis, o restante vem da Itália, Alemanha e Japão.