- Área: 50 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Christopher Frederick Jones
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Fabricantes: ATJ, Ampelite, MAXI Plywood
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa na Árvore Taringa é uma extensão da residência no quintal. É, ao mesmo tempo, integrada e independente da casa principal. A Casa na Árvore traz uma mudança na ocupação do terreno, refletindo uma atitude de informalidade inspirada por uma árvore peculiar e pelo território que ela ocupa.
Brisbane é um lugar verdejante, subtropical e suburbano. Os lotes das casas geralmente são longos e estreitos. As casas tradicionais de madeira e estanho se aproximam educadamente do limite da rua e criam grandes espaços desocupados na parte posterior. Esses "quintais" tendem a ser cobertos de vegetação, sem regras e dominados por crianças e suas estruturas improvisadas. A Casa na Árvore é concebida como um convite para visitar e se envolver neste espaço especial, geralmente inexplorado.
A área da edificação é reduzida e seu posicionamento é feito com cuidado para minimizar a interferência na paisagem. O edifício gera um grande pátio entre ele e a casa, assegura privacidade aos vizinhos e proporciona sombra à tarde. A planta triangular foi a resposta encontrada para os condicionantes do entorno.
A borda longa [hipotenusa] foi interrompida para acomodar a majestosa árvore, abrindo uma ampla face nordeste para o jardim, projetada também para receber o jogo das sombras da árvore. O lado mais curto contém a escada translúcida.A fachada oeste captura o calor intenso e a luz do dia e pode ser vista da rua. Revestida com um drapeado metálico, a Casa na Árvore é revelada ao bairro como um objeto urbano inesperado em meio à vegetação. Ela não apresenta uma elevação formal voltada para a casa original, somente a "borda fina da cunha" está presente. A intenção não era preencher o espaço do quintal, mas manter seu aspecto natural e desocupado.
A edificação é projetada como um conjunto de espaços informais, com paredes divisórias de correr abertas para abraçar e usufruir da paisagem. O programa não é rígido, o andar de baixo é uma plataforma similar a uma varanda, há uma parede de escalada, e o andar de cima é um loft. A escala do edifício é proporcional à árvore. A estrutura é esticada e alongada para alcançar os galhos mais baixos. A escala dos próprios usuários muda conforme a escala dos espaços internos; em alguns momentos aumenta e em outros diminui. O movimento é centrífugo ao longo dos seus 3 lados, levando os ocupantes do térreo à cobertura. A estrutura do edifício sutilmente reforça as mudanças na orientação e na geometria ao longo do trajeto.
Muitos aspectos da Casa na Árvore são reflexos não da arquitetura residencial local, mas sim da linguagem lúdica e da sensibilidade das tradicionais casinhas cúbicas das crianças que surgem nesse tipo de terreno. Embora refinada e precisamente executada, a Casa na Árvore traz uma reflexão sobre a montagem dos ecléticos materiais e texturas dessas estruturas simples. E ainda mais particularmente, sua capacidade de coletar experiências do lugar e criar memórias.