- Área: 5705 m²
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Fotografias:Jaime Navarro , Jorge Rodríguez Almanza
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Fabricantes: Hunter Douglas, Herman Miller, Panel Rey, Porcer
Descrição enviada pela equipe de projeto. O antigo bairro colonial de Coyoacan na Cidade do México abriga o novo Centro Nacional para o Patrimônio Imobiliário, que tem como missão a preservação e difusão de documentos, plantas e obras artísticas que integram o acervo patrimonial do México desde o século passado. Desde as etapas mais iniciais do projeto foi decidido demolir as antigas construções e estabelecer um novo programa que agregaria os espaços abertos e os edifícios públicos. O conceito inicial era separar as partes e organizá-las em diferentes edifícios de baixa altura, com personalidade própria. A primeira ação foi classificar, catalogar e determinar a saúde das árvores e espécies existentes do terreno. Após salvaguardar o patrimônio natural, foi dividindo o conjunto em zonas sob a premissa de desagrupar o programa, para que os espaços abertos sejam os grandes articuladores entre as partes.
O conjunto cultural se desenvolve em quatro edifícios que iniciam com o museu e suas galerias, o edifício de conservação e acervo, o auditório e o café central. Do ponto de vista da composição, alguns edifícios são claramente sólidos e opacos, em um importante contraste com os outros que são bastante translúcidos. As decisões neste sentido respondem principalmente à relação entre a economia energética e a atividade humana em seu interior. O tratamento cromático também cria tensões entre as gamas de cores neutras, discretas e atemporais como o preto, cinza e ferrugem, contra a intensidade do vidro dicroico, ou o laranja da pérgola principal.
De acordo com os arquitetos, algumas composições possuem referências mais diretas ou indiretas com alguns tratamentos de Emilio Ambaz e Francisco Mangado, ainda que de maneira geral, o desenho do Centro Cultural possui forte influência nos edifícios da Cidade Universitária, pioneiros do modernismo latinoamericano dos anos 50, organizados a partir de eixos e linhas ortogonais. Por outro lado, a ideia central do desenho se vê refletida na caixa de vidro do museu, onde é criada uma obra de arte que possa ser apreciada dos jardins e do café que a rodeia. A arquitetura deste volume se transforma em um objeto permanente da coleção. Sua envoltória de vidro dicroico rompe com o espectro de cor de acordo com a intensidade e temperatura de luz que incide, convertendo-se em uma espécie de caleidoscópio orgânico e dinâmico, também com referência cromática relacionada com a arte popular mexicana. Além disto, esse elemento recebe serigrafia plástica com um padrão que se assemelha a um painel vazado ou mesmo uma parede que se abre para o parque interno. A soma das cores intensas e a padronagem da serigrafia funcionam como uma tatuagem que distorce a percepção da relação interior-exterior, da luz e do espaço, conduzindo o visitante para uma experiência de uma viagem psicotrópica.