- Área: 844 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Maïté Rossien
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Fabricantes: Hunter Douglas, Argos, Decoblock, Ingaser, Muebles JMC
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício "Bohío" está localizado no tradicional bairro La Macarena caracterizado por seus perfis viários paramentados e localizado sobre a faixa das montanhas leste próximo do centro da cidade. O projeto reúne usos de moradia e comércio, fomentando uma forma de vida inovadora e diferente da que usualmente é proposta em Bogotá.
Elevado meio nível sobre a rua, surge o acesso translúcido em lâmina micro perfurada que deixa entrever as áreas contidas no interior. A rampa metálica que antecede o acesso foi desenhada para ter três posições e tornar o edifício acessível. Além disso, foi desenhado um terraço que prolonga a atividade da rua para o interior do edifício e cria um estar para o transeunte.
Mais além dos limites da porta de acesso, revelam-se os outros espaços, sendo o primeiro conformado por uma área verde que coleta a água da chuva. Este espaço constitui no acesso ao nível semi-enterrado onde funciona o escritório David Delgado Arquitectos. O segundo limite, por sua vez, é caracterizado pelo pátio que reúne os espaços comuns do edifício.
Abaixo, o escritório possui uma planta livre e aberta permitindo a flexibilidade e continuidade espacial.
Acima, a cobertura é um terraço aberto a paisagem montanhosa, se tornando um espaço de encontro da comunidade com o entorno.
Futuramente, o edifício receberá mecanismos de recuperação de águas da chuva, que por efeitos orçamentários, não foram construídos nessa primeira etapa.
Os materiais são austeros e estão compostos por concreto aparente, metal, vidro e blocos de concreto pré-fabricado. Os tons sóbrios constituem a materialidade do conjunto, revelando a verdadeira e profunda riqueza do jardim.
O jardim ordena o espaço e materializa um dos maiores objetivos do projeto: permite que a vegetação e a fauna acompanhem e recebam as diferentes atividades dos habitantes.
Desta forma, se estabelece um edifício jardim, um ponto de contato com a esquecida natureza que a cidade afastou da vida humana.
Baseados na frase do mestre Salmona, citando Pessoa, "a paisagem não é o que vemos, mas sim, o que somos", nosso esforço orientou-se em conseguir que a comunidade seja ativa e volte-se para a paisagem.
Nossos projetos procuram partir do princípio geral que rege a arquitetura que desenhamos e que entendemos como questão fundamental: a de re-orientar nosso vínculo como humanos e com a natureza.