- Ano: 2017
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Fotografias:KLIWADENKONOVAS Fotografía
Descrição enviada pela equipe de projeto. La Pesca foi concebido no espaço de uma área central muito importante na vida social e comercial da cidade de Babahoyo, província de Los Ríos, Equador. A Sra. Tania buscava ampliar e dignificar um negócio de frutos do mar que já tinha 20 anos de trajetória: ela precisava de um lugar apropriado no qual ela pudesse investir e adequar para promover um melhor serviço a seus clientes.
O local adquirido localiza-se no térreo de um edifício de apartamentos de habitação coletiva (edifício em franco abandono, produto de desentendimentos administrativos), que faz fronteira com uma pequena área social entre lote e rua. Sendo este um espaço de uso comunitário, por lei todos os usuários do edifício tem direito sobre ele, além de, por se tratar também de um espaço urbano, haver interferência municipal sobre ele. Foi o sentido de apropriação que impulsionou a necessidade de socializar o projeto com os habitantes do edifício para que o projeto pudesse alcançar sucesso e chegar a acordos colaterais.
Associar a linha do público, onde o limite começa a desaparece e o espaço começa a ser um amálgama de circunstâncias que nem sempre são fáceis de conciliar no térreo de um edifício. Deve ser levado em conta que esse é um espaço onde, geralmente, acontece a vida social de seus habitantes: as crianças brincam e criam suas poéticas particulares, as pessoas circulam, ocorrem interações sociais, o que pode ser, inclusive, invadido por pessoas que não darão um uso adequado amparados pela falta de iluminação. Fatores convergentes que nos obrigam a gerar diálogos e negociações para evitar conflitos.
O edifício foi realizado com mão de obra local e construção in loco. A madeira, que foi por anos o material usado na cidade fluvial e pesqueira, é o material recorrente em toda a obra como elemento unificador e ativador do contexto. A ausência de paredes permite que o espaço se insira e torna-se parte da paisagem urbana atual.
Buscou-se gerar intervenções que respondam a uma realidade local, uma arquitetura mais participativa e aberta onde a cidade se torna mais leve, mais humana.