- Área: 434 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Edgard César
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Fabricantes: Interpam, JR Aluminium, Luz Iluminação, Tableria
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno, em aclive, fica localizado em um lugar muito bonito de Goiânia. Implantada num condomínio fechado, em uma rua sem saída de frente para a mata, a residência propõe um diálogo harmonioso entre arquitetura e natureza, observando as condições físicas e topográficas, assim como a orientação solar e a dos ventos. O volume da casa foi definido a partir da escolha do concreto como elemento construtivo principal.
A ousadia da empreitada de 434 m2 reflete a vontade do casal de proprietários de ter uma morada com personalidade, autonomia estética e espírito livre, mas plenamente usufruída em cada canto. Para dar conta das demandas, a primeira medida do arquiteto Leo Romano foi pensar uma estrutura sem rigidez de hierarquia entre os cômodos sociais. Segundo o profissional, tudo é interligado e descontraído, sem divisões muito rigorosas.
Assim como nas notáveis moradias de Niemeyer, aqui também foi priorizada a simbiose com a topografia e a paisagem. Essa interação proporciona um passeio sensorial aos visitantes. No percurso, iniciado na entrada do condomínio, os convidados caminham por um jardim e passam por um túnel de palmeiras antes de chegar ao deck de ipê com piscina por onde se acessa a residência.
Quem chega de carro pode entrar pela área de serviço ou tem a possibilidade de subir uma escada que liga a garagem e a varanda. O que facilidade para quem chega de compras é usar o acesso da área de serviço e você não precisa passar pelo meio externo da casa - num dia de chuva você fica com uma circulação.
A garagem, como tem a parede de escada, acaba servindo como espaço de treino, garantindo uma certa autonomia para o espaço. A parede de escada fixada no fundo e no teto da garagem tem acabamento de MDF pintado com aparência de aço corten
O desafio do projeto foi adequar a estrutura à necessidade, pois a ideia inicial era ter apenas dois pilares redondos. Como a casa precisava de quatro apoios, o arquiteto desenhou pilares em Y, de concreto. A laje curva foi moldada in loco para que o resultado final fosse fiel à proposta e o fato de ser curvilínea tornou o processo mais desafiador.
Os brises metálicos delimitam toda a parte das suítes. Todos eles são deslizantes, de forma que os moradores possam abrir ou fechar. A casa, em tons sóbrios, tem piso de cimento queimado e esquadrias pretas. Só a cozinha revela degrade de rosa, azul e um pouco de verde.
Ao optar pelo uso comedido de revestimentos, a proposta assume o aspecto natural e rústico dos materiais. A decoração é bem despojada, com alguns móveis dos moradores e outros bem brasileiros. Destaque para a poltrona Mole, do Sérgio Rodrigues e a poltrona Alta do Oscar Niemeyer.
A expressão libertária da construção encontra ainda outra manifestação no paredão de escalada instalado na garagem. “O morador já deu aulas dessa modalidade. O casal e as duas filhas pequenas praticam a atividade dentro da casa”, conta o arquiteto.