- Área: 225 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Deed Studio
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Fabricantes: Alborz Kabin, Seven Diamonds Industries, Zeta Alarm
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em Evin, um antigo vilarejo na região metropolitana de Teerã, está o recém inaugurado Espaço de Exposições Kaaf. O edifício, de 225 m² está num dos mais antigos e mais charmosos jardins do norte de Teerã que tem resistido ao enorme boom da construção civil do distrito nas últimas décadas. O projeto combate o desaparecimento dos vilarejos intra-urbanos do Irã.
Este é um aspecto da cidade de Teerã onde novos distritos tem se espalhado por uma série de vilarejos antigos presentes na região a mais de 200 anos, quando a cidade se tornou a capital do país. Estes vilarejos se desenvolveram no tecido urbano principalmente nos últimos 30 anos graças ao súbito aumento de população. O vilarejo de Evin tem historicamente abrigado os jardins e residências de inverno da antiga cidade de Teerã na época da Dinastia Qajars, período que o núcleo central da cidade era murado e localizado nas terras mais quentes do sul.
O Espaço de Exposição de Kaaf está no vilarejo com vistas para as montanhas de Alborz no norte de Teerã, além de uma vista predominante para o presídio de Evin. O terreno é especial graças à suas árvores orientais centenárias. É um espaço de exposições multifuncional para a fundação dedicado à curadorias de obras de arte e arquitetura nacionais e internacionais.
Arquitetura
A arquitetura do edifício é resultado de princípios específicos que foram levados em consideração durante o processo de construção, que afetaram a personalidade e morfologia do projeto. O edifício se destaca na cidade contemporânea por suas linhas simples e uso otimizado de materiais rústicos. A intenção era construir com o emprego de materiais ordinários, reciclados e disponíveis localmente, que produziram uma materialidade e texturas naturais.
Disposição
O volume do edifício é simetricamente moldado a partir de um grid quadrado, com entradas no centro de cada um dos 4 lados. A praça principal é composta de 25 quadrados menores, em referência às estruturas tradicionais persas utilizadas em jardins: os Kushk. Aqui o plano é principalmente organizado com base nas divisões ímpares para um quadrado e tem composição simétrica específica de acordo com cada segmento.
Exposição
Enquanto se parece com um Kushk em planta, o edifício aborda condições mais específicas como um espaço de exposições sem precedentes. Vai além da ideia de um cubo branco isolado para exibir obras de arte; graças à sua presença bruta e materialidade rústica com forte permeabilidade e aberturas ao jardim. A presença da área verde pode ser sentida nas aberturas nas paredes e através de dois rasgos na cobertura, onde duas clarabóias capturam a vista das copas das árvores. Além disto, duas árvores existentes foram mantidas no terreno e incorporadas nos interiores das galerias, enaltecendo o espírito do edifício não apenas como um lugar para ver, mas um espaço para permanecer e ver o exterior, uma função fundamental de um Kushk.
Os tamanho e formato dos painéis internos seguem os mesmos princípios materiais e geométricos do edifício e faz do projeto a materialização de uma ideia unitária. Pode ser considerado um espaço que tenta introduzir uma nova abordagem para exposição de arte, um lugar contemporâneo e oriental, inspirado em princípios tradicionais.