- Área: 748 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Kida Katsushida, FOTOTECA, Tezuka Architects
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Jardim de Infância Asahi original foi perdido durante o terremoto Tohoku em 11 de Março de 2011. O escritório Tezuka Architects, fundado pelo Comitê Japonês para a UNICEF, projetou e reconstruiu o jardim de infância em uma área de terras altas utilizando grandes árvores que morreram pelo sal depositado sobre a terra no tsunami de 2011. Essas árvores tem significados simbólicos para os habitantes locais, uma vez que tinham sido plantadas para conformar o caminho que leva ao Templo Daioji, principal templo na colina cuja altura foi sempre suficiente para escapar de tsunamis historicamente. Muitos habitantes sobreviveram graças aos ensinamentos de um padre do templo que costumava orientá-los sobre como escapar do local.
Nosso objetivo com o projeto era expressar que as árvores não eram apenas material para a construção da escola, mas que representavam um lar para o espírito dos habitantes da cidade. Reutilizar as árvores mortas para criar um novo jardim de infância para a próxima geração da cidade reitera a esperança de todos em Tohoku ou Japão.
Todas as partes do edifício incluindo estrutura, pisos e corrimão, foram feitas a partir dessas árvores que haviam sido plantadas após o tsunami de 1611, exatamente 400 anos do tsunami de 2011. Utilizou-se os tradicionais encaixes e vínculos da madeira sem juntas metálicas, já que essas técnicas antigas fizeram com que a arquitetura tradicional japonesa sobrevivesse por mais de 1300 anos. Assim como no projeto original, ergue-se um enorme pilar com dimensões seccionais de 600x600 mm no edifício. O projeto é uma mensagem para aquelas crianças que provavelmente encontrarão com um tsunami nos próximos 400 anos.
Fase II
Já se passaram cinco anos do terremoto, mais crianças retornaram à cidade. A primeira fase do projeto se tornou insuficiente e o jardim de infância decidiu implantar uma segunda fase de construção com pressa.
Infelizmente, hoje em dia o entorno do lote do projeto encontra-se completamente transformado. Há um acelerado desenvolvimento em larga escala que acompanha a recuperação da cidade pós terremoto. A paisagem exuberante vem se perdendo. A colina foi sendo seccionada, a ponto da área de jardim protegida ser a única que permanece com a altitude original. O local transformou-se em uma paisagem análoga a uma torre construída de castelo em uma área residencial plana.
A construção da segunda fase refere-se a um complexo de templos com a construção de um pagode na encosta da colina. Esse é o resultado da tomada de consciência em relação ao templo Daiouji e de seu papel maternal em relação às crianças do jardim de infância. Agora há três edifícios adicionais com profundos beirais e longas escadas que conectam esses volumes. O jardim da primeira fase de construção fica no topo da colina.
Já que as grandes árvores que formavam o passeio do antigo templo foram utilizadas, não era mais possível criar um grande pilar. Assim, decidiu-se construir de forma econômica com materiais de tamanho racionalizado. No entanto, a mensagem para as crianças depois de 400 anos foi mantida. Todos os encaixes continuaram sendo projetados da maneira tradicional de travamento, o que perdura por um longo período de tempo.