-
Arquitetos: Filipe Saraiva
- Área: 410 m²
- Ano: 216
-
Fotografias:João Morgado
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa situa-se numa parcela de terreno em Ourém caracterizada por uma configuração retangular, apresentando um pendente descendente no sentido Sul (junto à via pública). A diferença de cotas do terreno entre o ponto mais elevado e o ponto mais baixo é de aproximadamente 4,50m. Trata-se de um terreno rural, com uma paisagem predominantemente natural, orientação a Sul e vista sobre o Castelo de Ourém.
Quando pedimos a uma criança, em qualquer parte do mundo, que desenhe uma casa, invariavelmente todas nos apresentam uma representação simplista formada por cinco linhas, um retângulo e dois quadrados. O pentágono composto pelas cinco linhas, representa as paredes e a cobertura. O retângulo pretende representar a porta e os quadrados, as janelas.
Independentemente da cultura, das referências arquitetônicas de cada lugar, ou do conceito de alojamento mais comum desse mesmo lugar, todas as casas têm caraterísticas que são transversais a cada um de nós, pois todos nós sentimos a casa como um abrigo que nos protege do mundo que nos rodeia. É o nosso porto de abrigo e o nosso próprio mundo.
Este arquétipo é normalmente definido por um polígono de forma geométrica regular, geralmente bem proporcionado e com dimensões equilibradas, com as quais todos nós nos identificamos. O projeto consiste numa casa de mim, para mim e para a minha família e pretende ir ao encontro das nossas necessidades funcionais, mas também satisfazer um leque de requisitos arquitetônicos que fazem parte do meu imaginário formal e espacial, resultantes da minha vivência individual e em família.
Este arquétipo é normalmente definido por um polígono de forma geométrica regular, geralmente bem proporcionado e com dimensões equilibradas, com as quais todos nós nos identificamos. O projeto consiste numa casa de mim, para mim e para a minha família e pretende ir ao encontro das nossas necessidades funcionais, mas também satisfazer um leque de requisitos arquitetônicos que fazem parte do meu imaginário formal e espacial, resultantes da minha vivência individual e em família.
Esta forma, transformou-se no conceito deste projeto com o qual procurei ser, ao longo de todo o seu desenvolvimento, o mais coerente possível, tentando não desvirtuar o princípio. A pérgula assume o mesmo desenho, enquanto prolongamento da casa. O projeto desenvolveu-se tendo por base um princípio de composição modular, criando um ritmo próprio nas fachadas e cobertura. O método construtivo adotado consiste na utilização de painéis pré-fabricados em betão preto, com dimensão regular que define uma estereotomia composta por módulos repetidos dispostos de forma sequencial. A utilização do betão (concreto) preto enquanto material pretende uma integração sóbria e em sintonia com a paisagem, bem como reduzir os custos de manutenção.
Em termos formais a casa resulta num volume simples e perfeitamente regular, quase monolítico, que pousa no terreno, no sentido longitudinal à sua inclinação, numa cota intermédia sobranceira ao arruamento.