- Área: 3200 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Pedro Nuno Pacheco
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projecto localiza-se em Gualtar, uma freguesia periférica da cidade de Braga, em processo de transformação de um carácter rural para periurbano, não havendo referências relevantes. O promotor pretendia construir nove casas, de dimensões generosas. A crise imobiliária de 2008 gerou apreensão sobre o sucesso do investimento, o que nos permitiu repensar a abordagem, propondo uma nova estratégia. Surge desta forma uma proposta que se baseou na transformação das nove casas em doze casas, de menor dimensão, logo mais económicas e acessíveis a clientes mais jovens.
Esta alteração implicou decisões radicais - foi necessário enterrar completamente o piso de estacionamento, criando um corredor de circulação automóvel ao nível do piso inferior, sendo este o acesso às garagens individuais. A nascente desenhou-se, então, a rampa de acesso ao piso enterrado e, no extremo oposto, a poente, as escadas e elevador de forma a cumprir toda a legislação, ora criando a saída de emergência ora garantindo o acesso universal. A opção de enterrar o estacionamento e criar um único acesso comum, possibilitou libertar completamente o terreno ao nível do piso térreo.
Desta forma, optou-se por dividir cada casa através de muros que percorrem o terreno de norte a sul e elevar o muro de confrontação com a rua de acesso para garantir privacidade transformando o logradouro num pátio individual. Sobre os muros, pousa o corpo do piso superior, um volume monolítico, ritmado pela abertura dos vãos. Neste corpo encontra-se a área mais privada da casa, os quartos e, de forma a garantir três, - exigência do promotor - definiu-se um outro pátio. Este permite iluminar e ventilar um dos quartos funcionando igualmente como lanternim das zonas de circulação.
Através do pátio do piso superior, a luz de sul e poente inunda a casa sobre as escadas e, no verão, o ar quente dos pisos inferiores sobe e dissipa-se. Este espaço exterior torna-se assim fundamental para o funcionamento da casa. Sob o piso dos quartos, ao nível do piso térreo, distribui-se o programa social da casa, a cozinha e sala em extremos opostos, que se estendem para o exterior através dos alpendres. Neste piso, a casa abre-se totalmente ao exterior, integrando a norte o pátio de acesso à casa pela rua e que serve a cozinha, e a sul o jardim, que amplia a vista e projecta o olhar através dos terrenos de cultivo até à encosta a sul de forma a enquadrar a vista mais interessante desde o terreno.