- Área: 370 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Hemant Patil
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Fabricantes: Bellary, Dulux, Rak ceramics, Saint-Gobain
Descrição enviada pela equipe de projeto. O desenho para um pequeno projeto de habitação estudantil na cidade de Belgaum explora o corte como um dispositivo para formar uma série de espaços de vida semi-privados verticalmente. O que parece uma divisão direta do espaço em planos é, na verdade, um complexo acúmulo de camadas de unidades de vida autônomas, que permite a máxima densidade ao mesmo tempo que mantém padrões de conforto para os habitantes. O terreno possui apenas 100 metros quadrados nos quais o edifício foi proposto. O número de estudantes a serem acomodados é resultado de uma demanda econômica para retorno de investimentos muito mais do que um cálculo da quantidade de pessoas adequada a ser acomodada naquele espaço. Ao todo, a construção acomoda 29 estudantes em unidades semi-privadas triplas e duplas.
Com um lote tão reduzido, o edifício precisou ser construído de forma verticalizada, no entanto ele só poderia atingir os 15 metros estipulados pela legislação de proteção contra incêndios. Assim, o revestimento do edifício foi fixado nas margens respeitando o limite de altura. Para tornar os ambientes menos claustrofóbicos e mais interconectados, desenvolveu-se uma estratégia de distribuição dos dormitórios em corte, pensando em intervalos de 2,4 metros entre pavimentos. Espaços semi-privados para os habitantes foram implantados ao redor de uma pequena área comum que consiste na entrada, hall, despensa e sanitários, todos conectados por uma escada interna.
Considerando que trata-se de um projeto econômico em um terreno reduzido, tudo é reduzido nesse desenho. Cada milímetro de espaço foi debatido. Caso parecesse que as paredes dos banheiros ocupavam muito espaço, elas seriam substituídas por placas "kadappa" de 40 mm, um detalhe que também eliminou a necessidade de trabalho cerâmico em áreas molhadas. As superfícies emplastradas foram mantidas a uma quantidade mínima, inclusive com as paredes de tijolos desmontadas e apenas pintadas de branco, de modo a abrir visualmente o espaço e também permitir uma manutenção regular.
Os espaços individuais dos estudantes foram pensados para ter espaço mínimo e mobiliário mínimo. Esses são interconectados visualmente e fisicamente pelas áreas comuns. A elevação é uma soma total de pequenas decisões estratégicas para deslocar seccionalmente as unidades de dormitório. As aberturas das janelas dizem respeito à conformação interna dos espaços, além de reforçarem a característica monolítica da fachada. A secção escalonada cria uma cobertura dinâmica que domina o horizonte que, do contrário, teria uma composição por uma série de elementos emblemáticos da expansão suburbana ao redor. O edifício foi pintado em uma cor vermelha profunda para acentuar sua silhueta dinâmica além de sua forma quase monolítica. No ambiente cacofônico e colorido que é Mofussil Índia, ele ainda domina o bairro, mas exibe uma brincadeira irreverente que é característica da vida estudantil em qualquer lugar.