- Área: 566 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Lorena Darquea
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Fabricantes: Calle Veinte, Grado 6 Proyectos Metalicos, Modul Studio
Descrição enviada pela equipe de projeto. Há cerca de dois anos, a cidade de Mérida vem crescendo até o ponto em que, hoje em dia, é difícil encontrar um espaço de descanso dentro dela. Casa Sitpach surge dessa necessidade.
A tarefa mais difícil foi convencer o cliente a nos dar a liberdade de poder desenhar e reinterpretar sua ideia. Originalmente, ele tinha muito claro o que queria: uma casa de campo estilo fazenda. A ideia de arcos, corredores, balaustradas e ornamentos típicos predominava. É importante relembrar que Yucatán foi líder na indústria de matéria prima têxtil local e as fazendas passaram a ser um ícone por toda a história que carregam, por isso que as pessoas sentem um vínculo e admiração por elas.
Nós tínhamos certeza de que poderíamos expressar a ideia do cliente sem a necessidade de reproduzir uma fazenda como tal. O conceito da Casa Sitpach surge de uma mistura e integração de ideias.
Sitpach é uma delegação a poucos minutos da cidade. Segue tendo o estilo de vida de um povoado típico de Yucatán. Ruas estreitas, muros de alvenaria em cada delimitação de terra, e casas com o protótipo típico que uma criança da escola primária desenharia. Essas casas mudaram e evoluíram do adobe e palha para a viga com abóboda, mas o conceito sempre permaneceu.
O que fizemos como ideia geradora foi tomar esse protótipo de residência, interpreta-lo a nossa maneira e integra-lo a um terreno onde as árvores endêmicas eram uma característica marcante. Com uma modulação baseada nisso, integramos também o conceito de fazenda, com os mesmos ritmos e espaços, mas adaptando-os à ideia que tínhamos de modernizar e tornar mais eficiente o projeto em sua totalidade.
Passando o imponente muro de 3 metros de altura em alvenaria da fachada, se visualiza o terreno de 2.880 m2. O acesso é delimitado por um par de escadas que deslocam a casa do solo, o que remonta aos típicos acessos de fazenda.
Desenvolvemos um esquema em forma de "L", com uma orientação norte sul que permite à casa estar fresca na maior parte do tempo. Dividiu-se a casa em três áreas: social, uma área nobre da residência que pode ser acessada desde a entrada principal, contida por uma barreira natural de vegetação; a área comum, que abriga sala de jantar e cozinha, com banheiro de visitas, lavanderia e serviços; e, por fim, a área dos dormitórios, que foi sendo modulada de forma que as árvores existentes gerassem pátios entre eles e permitissem uma individualidade.
Seguindo o conceito de fazenda, substituímos os pilares de pedra por uma estrutura rígida de aço que tornou a construção mais eficiente em termos de tempo, custo e estética, e serviu como uma liga de integração para toda a casa.
Originalmente, no início do projeto, a intenção era que a casa fosse uma espécie de casa de capo, que fosse visitada um par de vezes por mês, mas depois do processo de construção, e detalhes onde o cliente se envolveu com o processo, a casa se tornou residência permanente do cliente depois dele perceber a tranquilidade que o espaço gera, a ausência de barulhos da cidade e as visuais que a casa permite em todas as partes. Apesar de ser um terreno consideravelmente grande, em nenhum momento a casa parece isolada ou perdida espacialmente pela magnitude do mesmo.