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Arquitetos: AP Valletta, Jens Bruenslow
- Área: 778 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Alex Attard, Julian Vassallo
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Fabricantes: LM Contractor, Vassallo Joiners, Vaults
Descrição enviada pela equipe de projeto. A histórica Vila Castro está localizada na cidade de Naxxar, no centro da ilha de Malta. Por estar próxima ao centro urbano, dentro de uma área de conservação, a vila histórica sofreu modificações tanto pela interação com novos edifícios, quanto em sua estrutura original. O programa do projeto foi organizado a partir das necessidades de uma família e seus convidados, prevendo espaços de convívio e de acomodação. O jardim, assim como os dois pátios internos, foram preservados e numa tentativa de incorporar o lote vizinho, foi desenhado um projeto de expansão que engloba o muro de divisa de forma a abrandar o recente impacto visual advindo dos novos edifícios de apartamentos do entorno.
A parte de restauro envolvia a manutenção de algumas partes, a remoção de estruturas colocadas e de acréscimos que conflitavam com a forma de organização do espaço ou com a clareza da forma arquitetônica, a reabertura de arcos que foram fechados e a introdução de algumas aberturas adicionais que permitem mais iluminação dentro do edifício e fortificam a já existente simetria das fachadas do jardim e dos pátios. Os mesmos princípios guiaram a organização das áreas externas. Os espaços existentes foram organizados de acordo com as necessidades do cliente, deixando o piso térreo para áreas de estar e lazer, e a parte do primeiro pavimento para áreas íntimas. Como o comprimento do antigo anexo é bastante estreito e os quartos são distribuídos de forma enfileirada, um acesso externo foi adicionado repondo uma varanda existente.
Uma escada caracol projetada com uma linguagem contemporânea foi adicionada em um jardim existente de forma a conectar o longo conjunto de quartos alinhados no perímetro e criar espaço para um novo quarto. Além disso, uma nova extensão foi projetada com tamanho suficiente para alojar quartos de hóspedes por cima do jardim, tirando de vista o novo edifício vizinho, ao mesmo tempo que fecha a composição do jardim a partir de sua fachada. Esta extensão é apoiada sobre colunas que pretendem não obstruir as cornijas, pilastras e o frontão do portão que dava acesso a outro jardim. Todas as novas construções foram projetadas como volumes simples e são implantados de forma a complementar e coexistir com o antigo edifício.
As novas construções foram pensadas de forma a permitir o máximo de iluminação natural dentro dos ambientes, preservando uma aparência monolítica do lado de fora, conversando com o edifício existente. Sua materialidade é marcada pelo contraste de superfícies envidraçadas com uma malha de madeira. As malhas são feitas de cedro americano, material que irá, ao longo do tempo, adquirir uma proteção natural de cor prateada que se integra ao calcário branco do edifício antigo. Como todos os projetos que envolvem a reabilitação e expansão de um edifício histórico, a temporalidade é um elemento importante na composição do que o edifício é feito e do que ele irá se tornar com o tempo.
Originalmente publicado em 30 de dezembro de 2017.