- Área: 25 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:José Campos
Descrição enviada pela equipe de projeto. O pavilhão exibe a vídeo instalação dos artistas Bárbara Wagner e Benjamin de Burca no contexto da "Incerteza Viva: uma exposição a partir da 32ª Bienal de São Paulo” no Museu de Arte Contemporânea e no Parque de Serralves, no Porto.
O Briefing inicialmente apresentado não era claro relativo ao local e obra artística que iria albergar e, por este motivo, as premissas pavilhão assentam desenvolver um objeto arquitectónico que explora a ambiguidade entre o trabalho apresentado, da sua envolvente.
Com o intuito de respeitar o espaço do Parque e de criar um objeto leve, desenvolvemos uma peça que pousa em apenas dois pontos no solo e que se destaca como um objecto arquitectónico, criando um momento diferente. Neste exercício arquitectónico explora-se uma relação subtil de respeito com o meio envolvente, a topografia, a vegetação e os percursos.
É com alguma simplicidade que o pavilhão reage a estes elementos envolventes. Quisemos assumir a proposta como se de um objecto se tratasse, um objecto que não focasse nos preceitos de um normal pavilhão. Assim, e tendo em conta a necessidade de expor uma obra em formato de projeção, a forma segue um principio da abertura de luz de uma projeção ou até de uma ampulheta, e num só gesto, ser capaz de filtrar e jogar com a luz e criar uma relação de equilíbrio entre dois contextos, o parque de Serralves e a obra exposta.
Ao olharmos para o corpo do pavilhão denota-se um aperto em curva na zona central, que nos garante um controlo da luz natural sem barreiras físicas e por seu resultado, também, um afastamento vertical do solo parque, revelando leveza e incitando ao instinto da curiosidade pelo desconhecido, do que possa estar para além do buraco, uma passagem quase “angustiante” perante o objeto até se atingir o outro lado e dar espaço à projeção da obra artística.
A luz, o percurso, a curiosidade e a procura pela descoberta são então trabalhados num só gesto, resultando numa peça que não se sobrepõe ao Parque de Serralves e à obra de arte mas, pelo contrário, os enaltece. Um conector entre duas realidades no espaço e no tempo. Em paralelo, é um objecto estranho que foge à linguagem comum da “caixa” e também por isso, desperta a curiosidade do observador desafiando os limites entre a pessoa e a obra de arte, tornando-os meras nuances.