- Área: 5080 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Sergio Grazia
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Fabricantes: BMP Béton Matériaux Préfabriqués, Terreal, Wicona
Descrição enviada pela equipe de projeto. The Doge, um edifício com 5100 m² de área, projetado para dar boas vindas à recém criadas startups, foi implantado na zona de desenvolvimento de Rives de la Haute Deûle, em Lille, coração da EuraTechnologies. O concurso de projetos que aconteceu em 2011 exigia que fosse usado a terracota, material histórico e regional de fácil acesso. A estrutura desenhada pelo Atelier Tarabusi e entregue em 2017 propõe uma arquitetura inesperada, inventiva e pertinente.
Próximo á antiga fábrica Le Blan-Lafont, o entorno é caracterizado por grandes edifícios industriais reabilitados, ou em processo de reabilitação e também por pequenas vilas residenciais de casas operárias. Mais recentemente, um projeto urbano em parceria com a zona de desenvolvimento de Haute Deûle introduziu uma série de edifícios e estruturas de tamanho mediano na região. Com algumas poucas exceções, foi utilizado apenas um material em diferentes formas.
A terracota unifica e conecta os diferentes volumes, programas e períodos presentes no tecido urbano. Motivado a oferecer edifícios que usem além de tijolos e concreto, Paolo Tarabusi escolheu trabalhar com uma linguagem típica de edifícios de fazenda e casas: blocos gigantes monolíticos de terracota. Dessa forma, foi produzido para o projeto, em colaboração com serviços manufaturados, aproximadamente 1500 grandes blocos auto-sustentáveis de 33 x 20 x 280 centímetros.
Estes tijolos foram dispostos igualmente na fachada e alternados com painéis de vidro, dando rimo a arquitetura. Além disso, a textura da terracota dá uma porosidade para o acabamento, e os tijolos dão um olhar massivo ao edifício. Para a construção foi utilizado um sistema que permitiu instalar os blocos sem argamassa ou forma, tudo dentro de um orçamento econômico. Correspondendo ao pé direito dos escritórios, o desenho da fachada é finalizado com uma linha de concreto branco pré-fabricado marcando cada laje, trazendo a pedra para o projeto, conversando com as arquiteturas tradicionais.
O espaçamento dos tijolos produzem um sombreamento na fachada, o que mantém o edifício fresco durante o verão. A inércia térmica dos pisos de concreto e dos painéis de madeira internos também contribuem para o conforto térmico ao longo do ano. Diferente do comum, estes escritórios com uma "aparência industrial" funcionam sem ar condicionado, tetos rebaixados ou pisos elevados.
A construção começou em Janeiro de 2016. O primeiro edifício foi entregue um ano depois, em Janeiro de 2017 e o segundo em Junho de 2017. Ao observar um local que parecia ter esgotado todas as possibilidades arquitetônicas vinculadas a seu material tradicional, e aceitar transformar e renovar este uso, Paolo Tarabusi estabelece um vínculo entre o edifício e a história do lugar, enquanto ainda afirma a contemporaneidade de sua arquitetura.