- Área: 9820 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Rubén P. Bescós
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Fabricantes: Breinco, Dynamobel, Wicona
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto é uma reflexão sobre a memória: a passagem do tempo e a evolução da arquitetura.
A proposta é uma intervenção em um edifício do século XIX. As marcas do passado estão gravadas nos novos edifícios como uma lembrança de geometrias antigas. Trata-se de uma arquitetura inacabada que o tempo terminará compondo no lugar.
Proposta de Intervenção
A proposta mantém e realça as características originais: tipologia de pavilhão em um edifício do século XIX, escala agradável em um entorno paisagístico que, até agora, não estava bem cuidado. Foram criados espaços interessantes entre pavilhões, escala adequada, pátios proporcionais, boa conexão entre o paciente, o ambiente de concreto e o meio ambiente, além de uma relação perfeita entre natureza e arquitetura.
O objetivo é melhorar o "espírito higiênico" original e o "espírito terapêutico" favorecendo a terapia ocupacional e as atividades diárias como elementos fundamentais de tratamento para o bom cuidado dos pacientes, portanto a relação da arquitetura com a natureza "domesticada" é reordenada com os espaços externos e são criados jardins entre as circulações gerais.
Estratégia Protética
O projeto busca oferecer um híbrido entre edifícios novos e antigos tentando aproveitar ao máximo os valores dos existentes, o que é viável graças às novas "vestimentas" que revitalizam a função desejada como uma "prótese" funcional.
Da mesma maneira que as próteses ajudam ao membro original a recuperar uma função perdida, nesse caso elas reconfiguram o espaço e fazem possíveis as novas funções, além de complementarem a estrutura para acomodar as novas tendências de atenção médica, e canalizar e assimilar as novas tecnologias.
Relação poética entre o novo e o antigo
Pretende-se gerar uma "atmosfera" análoga à existente através de edifícios de fatura contemporânea, apoiados por sistemas de construção tecnológica atuais e flexíveis para seu uso futuro, e inspirados por arquiteturas existentes, com as quais devem ser complementados e ressignificados mutuamente.
É uma proposta equilibrada que segue os padrões geométricos dos edifícios antigos, mas que se compromete com seu desenho por sua própria funcionalidade.
Os edifícios proporcionam gestos atemporais em sua relação formal: recuperação da geometria das coberturas, reutilização das geometrias derivadas do arco, construções retilíneas, distribuidores infinitos, etc.
Construção em concreto
Todo o edifício foi construído em concreto estrutural - fachadas e coberturas - o que faz com que toda a construção atue como uma grande viga. O concreto é tingido por uma massa em cor de cimento que une as pedras e o tijolo dos edifícios antigos. Assim, pretende-se tomar a cor da atmosfera dominante como um todo. As geometrias dos arcos dos edifícios antigos estão gravadas nas novas fachadas, como uma lembrança do que ficou. Com o tempo, o edifício escurecerá e assumirá a mesma pátina dos edifícios antigos, dependendo de sua orientação e dos ventos dominantes, e, pouco a pouco, se combinará com os anteriores.