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Arquitetos: Gaztelu Jerez
- Área: 12 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Javier Bravo, Koldo Fdez. Gaztelu
Descrição enviada pela equipe de projeto. Castile e León (Espanha) é uma das regiões do mundo com mais patrimônios culturais e naturais, frutos tanto da sua história como da sua extensão territorial. Muitos dos seus Bens de Interesse Cultural (BIC) encontram-se em entornos naturais e rurais, com a conseguinte demanda de vigilância, assim como de atenção às pessoas que os visitam. Nos últimos anos, a Prefeitura de Castilla e Léon vem detectando a necessidade de substituir as atuais cabines presentes junto a alguns desses BIC, afim de dignificá-las de acordo com os monumentos e lugares que prestam serviço.
Esses dois pavilhões supõem um projeto piloto que poderia ser facilmente exportável a outros BIC da Comunidade Autônoma. O primeiro deles está localizado próximo a Quintanilla de las Viñas (Burgos), um dos exemplos dessa arquitetura conservado na Península Ibérica, e que foi declarado Monumento Nacional em 1929. O segundo situa-se no nascimento arqueológico de Arrabalde (Zamora), que antigamente foi uma fortificação pré-romana, declarado BIC em 2006. Ao visitar o Museu de Zamora, obra de Tuñón y Mansilla que tanto admiramos, descobrimos com surpresa que entre suas peças mais valiosas está o "Tesoro de Arrabalde”, para o qual os arquitetos desenharam expressamente uma vitrine, que simultaneamente é um cofre, dentro do grande cofre que é o próprio edifício.
Os pavilhões poderia ser definidos como uma caixa de madeira levemente elevada do solo e situada sob um plano horizontal de aço. Compactados ao máximo para diminuir sua presença e aumentar sua eficiência, protegem os guardas das inclemências do tempo, ao mesmo tempo em que possibilitam a conexão visual com a paisagem exterior. Como se fosse um móvel, é construído exclusivamente com madeira e aço, de maneira industrializada e, portanto, facilmente reproduzível. Nessas situações, construir no ateliê com apenas dois profissionais (carpinteiro e ferreiro) reduz notavelmente os custos, o que gerou uma das nossas principais preocupações. Os pavilhões abrem ou fecham segundo as necessidades. Quando estão em "estado de latência", se manifestam externamente como um cofre totalmente fechado e protegido. Seu revestimento exterior é de madeira negra colocada verticalmente enquanto o interior é estruturado em painel laminado de madeira, que fica totalmente a vista, trazendo uma sensação mais cálida.
Economia, sustentabilidade e reversibilidade têm sido os 3 princípios básicos ao projetar essas pequenas edificações, que afirmam não deixar vestígios nos locais onde estão localizadas. A base é madeira tratada. A fachada de madeira é protegida com a tradicional técnica japonesa Shou Sugi Ban, baseada na carbonização. A cobertura é resolvida com chapa de aço embutida e é coberta por um elemento fino de aço preto natural, com ligeira inclinação em direção a suas bordas para escoar a água naturalmente, bem como proteger do sol. O consumo de energia é quase zero graças ao grande isolamento térmico das fibras de madeira e ao uso de energias tradicionais, recicláveis e limpas: aquecimento através de um pequeno fogão a lenha, lavatório de pedal e WC ecológico que garante um ciclo fechado.
Em resumo, buscamos um projeto simples, lacônico, sensível e de acordo com as necessidades. Um desempenho essencial, lógico e discreto. Sem nada de acessórios ou caprichos. Eloquente, mas não loquaz. Respeitando as condições pré-existentes, a paisagem e o meio ambiente. Dado seu tamanho pequeno e sua leveza, os pavilhões serão construídos inteiramente na oficina e depois transportados para cada um dos locais para inserção precisa.