- Área: 3620 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Nico Saieh
Descrição enviada pela equipe de projeto. O novo edifício da Prefeitura de Lo Barnechea, na cidade de Santiago do Chile, está localizado no cruzamento de duas avenidas mais relevantes da comunidade, em um lugar aberto para a imponente geografia própria do lugar. Lo Barnechea é caracterizado por ser uma comunidade limite ao leste da cidade, demarcando diretamente a Cordilheira dos Andes sendo o lugar onde convivem famílias de grande contraste econômico.
O desenho de um edifício municipal mergulha dentro do âmbito público e privado, desde a esfera do social até a maior obrigação política da comunidade, é portanto, um lugar no qual se manifesta a inclusão, a participação, a identidade, a concentração e a relação social, assim como também o orgulho e o sentido de pertencimento. Essa mistura de situação originou um partido geral que realça as virtudes conceituais de um edifício eminentemente público, que apresenta um programa de uso flexível com áreas que recebem um fluxo de público externo constante, e áreas privadas que acolhem as funções administrativas próprias de um ente municipal. Um edifício aberto ao cidadão, mas também ao seu entorno geográfico.
A ideia de um edifício aberto é refletida no fato de que a edificação não possui uma fachada frontal ou posterior, está aberto em todas suas direções, procurando mostrar a vida no interior deste e, ao mesmo tempo, permitindo desde seu interior abarcar o entorno. Para isso, projeta-se uma praça exterior no nível do espaço público que é capaz de permear todo o edifício, e desde o interior, abriga também o subsolo, sendo a base e os níveis baixos unidos espacialmente por escadas e alturas duplas que recebem principalmente as atividades e serviços públicos da edificação.
O espaço público é o "coração" do edifício, uma espacialidade vazia que passa por um jogo de alturas duplas e triplas, também de praças ou terraços exteriores que se intercalam entre si para permitir a circulação, o reconhecimento da complexidade funcional interior e a necessária vinculação com o entorno natural próprio da comunidade.
É importante nesse edifício o uso do subsolo, das coberturas, criando terraços de expansão no quatro pavimento e no nível superior. O edifício está separado em dois volumes a partir do quarto pavimento, com a intenção de gerar uma praça pública em altura, além de dividir as funções próprias dos diferentes departamentos municipais que conectam-se com pontes exteriores, o que permite reconhecer o entorno desde distintos âmbitos e perspectivas.
Construtivamente, o edifício foi resolvido inteiramente em estrutura de concreto armado com dióxido de titânio incorporado, elemento que permite esbranquiçar o concreto e que ajuda, como as árvores, na eliminação de gases tóxicos produzidos pelos automóveis.