- Área: 180 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Joana França
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Fabricantes: CZYS, Neo Rex, Saint-Gobain, Vazado Cobogó
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Galeria Almeida Prado sempre teve sua base em Brasília, mas depois de alguns anos a demanda mudou de lugar e o proprietário decidiu levar sua galeria para a cidade de São Paulo. Nessa mudança o escritório de arquitetura Debaixo do Bloco foi convidado com a intenção de levar os traços típicos da capital do país para um bairro nobre de São Paulo, assim a loja não perderia a identidade da cidade onde nasceu mesmo estando em outro estado. A primícias maior desse espaço era criar um galeria aconchegante e que o cliente pudesse visualizar as peças expostas como se fosse na casa dele, algo diferente das galerias já existentes na região.
Já o desafio desse projeto era resolver o layout que deveria ser disposto em um terreno de 13 metros de comprimento por 4,5 m de largura sem parecer estreito demais. Sabendo disso as soluções encontradas foram; implantar um pé direito de 3 metros, criar comunicação com a rua, elaborar um fundo na loja que fosse mais convidativo e setorizar os andares. No primeiro andar ficou concentrado um espaço de exposição das peças, com mobiliários e quadros dispostos ao logo do salão, abaixo da escada foram locadas prateleiras com finalidade de exibir as esculturas e comportar uma copa, além disso, um banheiro locado no vão livre abaixo da escada.
Aos fundo foi estabelecido um limite de construção a 100 cm da parede já existente no lado posterior da loja, isso tanto no térreo quanto no segundo andar, o que possibilitou a criação de um jardim de inverno no primeiro pavimento que se comunica com o segundo andar e com o terraço, esse espaçamento proposital criou uma ligação dos andares que através de claraboias chaminés levam luz e ventilação natural para os fundos da loja, local que não possibilita a instalação de janelas e era pouco atraente.
As escadas que levam os visitantes de um andar para o outro foram feitas com chapas xadrez sustentadas por uma viga central, já no segundo andar elas ganham uma nova funcionalidade, além da comunicação entre um pavimento e outro elas recebem como guarda corpo telas crespas pintadas de amarelo e que pivotam quando necessário para expor obras de arte. Esse andar também ganha uma janela que funciona como uma grande vitrine e gera comunicação entre a rua e o espaço interno da galeria, por ser uma área com menos funções - banheiros, copa, mostruários - recebe os mobiliários maiores da loja, como mesas, estantes e poltronas.
O terraço comporta uma pequena área livre, um banheiro e um escritório que futuramente pode virar um café. Na fachada desse espaço os cobogos servem para destacar o volume criado no topo do pequeno edifício, a relembram as habitações residenciais de Brasília onde esse recurso foi amplamente utilizado, esse artificio também esconde a caixa d’água que fica aos fundos do terraço. Na parte da arquitetura de interior o coaautor Fabio Almeida Prado definiu as cores utilizadas que lembram a marca criada em Brasília – amarelo, preto e cinza - a curadoria das peças também são feitas por ele e traz obras importantes como Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Tomie Othaque, o mobiliário vem de toda parte do Brasil ou seja a criação da identidade da loja foi concebida por ele junto ao layout do escritório.
Outra parte interessante para resolver uma função comum na galeria foi a forma de exposição dos quadros, ao invés de pregos nas paredes, foram colocadas correntes suspensas e nelas são expostas os quadros em diferentes alturas e posições sem precisar danificar as paredes. Após resolver os obstáculos de função e aproveitamento do terreno a fachada precisava se destacar na rua então foram aplicados blocos de concreto pré-moldados para jardim vertical, assim criou-se movimento com um elemento simples onde as mesmas técnicas do Athos Bulcão foi utilizada, ou seja criar uma lógica de composição, assim um elemento construtivo direcionado a receber plantas na parede virou peça chave para transformar a fachada em algo atraente.