- Área: 701 m²
- Ano: 2017
-
Fotografias:Adrien Comte and Mikael Blomfelt, Joël Tettamanti
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto do escritório dieterdietz.org é imergido em um intenso contexto pautado por uma Castanheira de 200 anos de idade e um alto Sicômoro nos arredores das vinhas de Chigny, na Suíça. Seu entorno é caracterizado por casas do século XIX que são perfeitamente integradas à paisagem, que se abre para o Lago de Geneva e para os Alpes Franceses, com o impressionante Mont Blanc sendo ofuscado pelo céu: uma paisagem perfeita para um projeto único.
O cliente pediu por um projeto que promovesse a coexistência de espaços de estar compartilhados e individuais, permitindo viver independentemente dentro de uma comunidade de amigos e suas famílias. Como resposta, propõe-se a reforma de uma antiga residência do século XIX e a construção de uma nova.
O projeto segue as mesmas características de seu ambiente rural, onde volumes solitários se agrupam em conglomerados e promovem abrigo para as atividades diárias. Ao acrescentar uma casa e seguir a tipologia de um celeiro, um novo volume é acrescentado entre as árvores, junto ao aglomerado existente. O jardim continua sendo o foco da identidade do projeto, local onde a Pressoir reformada (antiga construção) e a nova Grange (nova construção) articulam entre si um pátio em meio à paisagem. As castanhas irão cair próximas a um novo telhado, construído inteiramente de nano-filmes revestidos de células solares que proporcionam energia elétrica para as duas construções.
O layout da residência é estruturado a partir de uma grande sala que serve como espaço de estar para as pessoas das duas casas. Dessa forma, as duas casas podem ser habitadas como uma só, da mesma forma que cada uma pode ser individualmente ocupada, uma vez que elas foram projetadas para promoverem espaços de trabalho e convívio com uma planta que combina e negocia a particularidade a partir de elementos como o vazio, as portas, as cortinas e os painéis deslizantes que gradualmente revelam as esferas pública e privada.
Nos conceitos construtivos, as casas se baseiam em uma paleta de materiais que acentuam suas similaridades e diferenças. A casa antiga foi totalmente remodelada expondo sua estrutura original. As paredes e a carpintaria contam, com as marcas da idade, a história daquela construção enquanto novas aberturas, que seguem as proporções das antigas, complementam a fachada.
A estrutura externa da nova construção incorpora as treliças da cobertura da outra casa, de forma que, em termos estruturais, a ordem lógica é revertida e o aço exposto é completado por uma estrutura secundária de madeira. Como discorre o arquiteto Dieter Dietz: "Essas casas oferecem uma moldura para o viver como uma tela desenhada no espaço que aguarda a vida para se completar. Os usuários irão futuramente definir as articulações visuais e espaciais".
De fora para dentro os dois edifícios se orientam olhando para a paisagem, fazendo aberturas para as vinhas e os pomares. Com o passar do tempo, as casas estarão sombreadas pelas árvores e tomadas por plantas e flores que escalam pela cobertura, refletindo a fusão entre habitação e natureza.