Edifício Acadêmico Faculdade de Artes UC / Fernando Pérez Oyarzun + José Quintanilla Chala

Curadoria de Danae Santibañez

Arquitetos: Fernando Pérez Oyarzun + José Quintanilla Chala; Fernando Pérez Oyarzun + José Quintanilla Chala
Área: 1763 m²
Ano: 2015
Fotografias:Juan Purcell, José Quintanilla, Philippe Blanc

Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício acadêmico da Faculdade de Artes da Pontifícia Universidade Católica do Chile está situado no campus leste. Ele responde ao encargo de conferir um espaço comum aos professores e diretores da faculdade que inclui os cursos de artes, música e teatro. Seu programa consiste em salas para professores, funcionários administrativos e salas de reunião. Inclui-se também uma sala de exposições denominada Espaço Vilches, aberta ao exterior.

Para cumprir com esses requerimentos, a direção da universidade propôs situar o volume de quatro pavimentos ao norte do pátio. Tal volume assume a mesma localização de um equivalente proposto no projeto original. Esse projeto, elaborado por Juan Lyon e Luis Azócar em 1926, foi desenvolvido em estilo neo-romântico e está construído em tijolo com reforço em concreto. Originalmente pensado para ser rebocado, a grande maioria dos volumes, incluindo os que rodeiam o projeto, permaneceram em tijolo à vista.

O edifício procura inserir-se no seu entorno: foram utilizadas como referência a largura dos pórticos da edificação existente, suas alturas mais significativas e a materialidade dominante do tijolo que se expressa principalmente na fachada.

Com o objetivo de vincular o novo edifício ao existente, este se conecta ao segundo nível do campus. A disposição de duas alturas sobre tal nível dá lugar a um pavimento semi-enterrado pelo qual se acessa a edificação e onde estão situadas as salas de exposições e alguns escritórios. Nesse nível, o pórtico é duplicado produzindo um pátio no nível inferior com o acesso principal. A rampa pela qual se descende a esse nível conecta-se com um espaço que serve de acesso à galeria e permite a passagem fluida aos terrenos da zona norte do campus. Para possibilitar essa relação os dois primeiros níveis são liberados e o espaço é coberto por meio de um balanço que contém os dois pavimentos superiores.

A inserção do edifício no terreno cria uma reformulação do antigo pátio no qual aparecem níveis e áreas diferenciadas: uma faixa verde arborizada, uma área central mais próxima às condições do antigo pátio e uma plataforma mais alta que poderia ser utilizada como um cenário improvisado.

As janelas procuram manter a relação cheio-vazio do edifício original, na qual predomina o muro opaco. Suas dimensões se relacionam com as aberturas do antigo edifício, procurando relacionar-se também dimensionalmente à elas.

A distribuição interior alterna circulações centrais ou laterais com espaços de escritórios e reuniões dispostos com simplicidade e racionalidade. O núcleo central da escada e elevadores está localizado no centro de gravidade do edifício. Uma sala de reuniões e um terraço situado no nível superior do edifício permitem desfrutar dos valores da paisagem circundante.

Estruturalmente, o edifício está apoiado em muros perimetrais de concreto conectados por lajes. A ausência de pilares interiores permite que a planta possua uma flexibilidade significativa. O projeto estrutural separa cuidadosamente o novo edifício do antigo: para oeste por meio de uma conexão cuidadosamente desenhada e para leste, separando-o do volume vizinho, com o qual é conectado por meio de uma ponte.

Em suma, o edifício é projetado por um lado em um diálogo respeitoso com o contexto arquitetônico, assimilando-se a ele material e dimensionalmente, mas mostrando com franqueza que se trata de um edifício contemporâneo que, além de testemunhar seu tempo, deve responder ao padrões funcionais em vigência. Uma peça que pertence ao lugar, que o complete em consonância com o projeto original, como se estivesse ali desde muito tempo.