- Área: 1400 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Felipe Díaz Contardo
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Fabricantes: Arauco, CHC, Quattro
Descrição enviada pela equipe de projeto. Por causa do terremoto do dia 27 de fevereiro de 2010, a Biblioteca Municipal e o Teatro Municipal Luis Jury, localizados na cidade de Arauco, ficaram severamente danificados e, portanto, inutilizáveis.
Produto de uma aliança público-privada, iniciativa da empresa Arauco, do município local e da Fundação La Fuente, coordenadora do projeto, fomos selecionados para desenvolver uma nova infraestrutura cultural que substitui e melhora substancialmente os edifícios destruídos pelo terremoto.
O programa, a capacidade dos diferentes espaços e o funcionamento do Centro Cultural surgem a partir da participação ativa da comunidade através dos seus diferentes agentes culturais, e eles foram nossos verdadeiros clientes.
O CCA é projetado como um lugar de encontro, de participação e de expressão de toda a manifestação cultural e artística. No tecido urbano o edifício se comporta como parte do espaço público e consolida uma esquina icônica da cidade de maneira permeável ao pedestre e ao visitante.
O desenho proposto pode ser resumido em três operações:
-1 Decidiu-se que todas as atividades massivas e públicas seriam desenvolvidas no primeiro nível, o da rua. O teatro, a cafeteria, a loja, o foyer de exposições e as salas multiuso se relacionam com o espaço público e abrem-se para o pátio coberto. A simultaneidade, a atividade, o intercambio, a convivência são características desse nível e conferem o caráter público ao Centro Cultural.
Como uma medida de segurança, consequência do terremoto e posterior tsunami, o térreo foi desenhado em concreto armado. O teatro, salas multiuso e as circulações verticais são envolventes estruturais que suportam um segundo nível de estrutura metálica;
-2 A biblioteca, a administração e os serviços foram acomodados no segundo nível mais silencioso e controlado.
O espaço da biblioteca percorre quase todo o perímetro do segundo nível e constrói ambas fachadas da esquina. Uma pele de madeira laminada filtra o sol oeste e direciona as vistas para a montanha Colo Colo, lugar sagrado para os Mapuches.
Esse segundo nível foi erguido sobre a calçada e libera o caminho através do interior do Centro Cultural, cobrindo uma grande superfície desse espaço público. Essa operação confere uma certa leveza ao edifício, acolhendo a circulação natural dos pedestres e convidando-os a entrar;
-3 A disposição dos volumes gera um vazio no centro do terreno, uma praça interior, um foyer do Centro Cultural, um espaço articulador de todo o programa. Ao cobrir esse espaço exterior, por meio de uma cobertura suportada por uma estrutura de madeira laminada, conseguiu-se multiplicar o programa original do CCA. Esse é outro espaço flexível em uso com capacidade para eventos públicos ou simplesmente um lugar onde estar, ler, tomar um café ou encontrar um amigo.