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Arquitetos: Shenzhen Huahui Design Co. Ltd
- Área: 1600 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Zhi Xia, Weiwei Mao
Terreno
O Museu de Arte Chongqing Tiandi está localizado às margens do rio Jialing, em frente ao lago de Tiandi. No limite sul encontra-se a íngreme encosta da península de Yuzhong, ao norte a via comercial de Chongqing e do lado oeste uma grande área residencial em construção.
Estratégia
Considerando este contexto urbano complexo, procuramos integrar o novo edifício à paisagem urbana de Tiandi e construir um diálogo entre as áreas expositivas do museu e o espaço urbano do bairro; esperamos que este edifício possa acolher esta diversidade criando uma experiência sensorial para seus visitantes.
Layout e topografia
A forma do terreno reproduz a forma orgânica do lago, longo e estreito. O layout geral do edifício foi organizado segundo a sua topografia e foi dividido em três volumes principais segundo suas diferentes funções programáticas. Os três volumes se conectam através de uma ampla circulação longitudinal configurando dois pátios abertos entro os volumes. O acesso principal se dá através de uma praça pública que acolhe os visitantes em uma das extremidades enquanto que do outro lado, o último volume está implantado sobre um espelho d'água configurando um pátio rebaixado de frente para o lago.
Espaço e formas
O Museu de Arte de Tiandi abriga uma galeria de exposições, um escritório da Vanke Brand & Project Experience Center e um café.
A galeria frequentemente recebe exposições de arte contemporânea de artistas locais, por isso o espaço foi concebido com pé direito duplo. As escadas permitem vencer os desníveis do terreno e conectar os diferentes espaços expositivos que recebem desde pinturas, esculturas e instalações, até atividades educativas e práticas artísticas para crianças. O contraste entre as paredes brancas e os volumes escuros das escadas foi pensado de forma a criar um ambiente singelo que se abre para acolher a paisagem dinâmica do entorno.
O objetivo é conectar os principais espaços do museu com os espaços públicos do entorno, rompendo com os limites entre os espaços internos e externos de modo que a paisagem transforme-se em um plano de fundo para as exposições. A plataforma na cobertura faz referência as colinas que cercam o bairro, as quais se refletem na fachada de vidro do edifício, evocando a sensação de uma trilha em meio a floresta quando percorremos os caminhos ao redor do museu.
O Brand Display & Project Experience Center é um espaço único e generoso utilizado pela Vanke. Esta área foi projetada de acordo com os requisitos específicos da empresa. Durante o processo de projeto, conscientemente reduzimos a altura do espaço ao lado do lago criando uma espécie de pátio rebaixado, a fim de tornar este espaço mais íntimo e cercado pelas vistas do parque.
O café ocupa o segundo pavimento para permitir vistas mais amplas para a paisagem do bairro. Por um lado, seu volume ligeiramente inclinado contrasta com a relação geométrica do conjunto, e por outro lado, cria um movimento sutil e expressivo através de sua forma singular.
Cenário
Portanto, combinando suas distintas demandas funcionais e características ambientais, os três volumes se configuram de formas diferentes, ou seja, "alto", "longo" e "elevado". Como em um simulacro de uma montanha, as escadas fazem alusão aos "caminhos", e as amplas aberturas recorrem a transparência das águas do lago. Além disso, os caixilhos das janelas são como os perfis dos edifícios na paisagem urbana da cidade.
Finalmente os três volumes fazem parte de um mesmo conjunto, conectados porém com seções diferentes. Os espaços interiores não procuram enfatizar uma unidade, mas "atrair" os diferentes cenários do bairro, criando uma interação entre os visitantes e a paisagem urbana a medida que estes se deslocam por seus espaços traduzindo as características do meio ambiente em experiências espaciais.
A exposição e os cenários naturais se conectam através de caminhos contínuos que se estendem para fora do edifício no projeto de paisagismo. Desde o estacionamento junto à parte baixa da via de acesso, passando pela praça do lago até a plataforma de acesso, pelas escadas, a plataforma da cobertura, ao longo da fachada, até o café e o longo corredor de vidro, os visitantes estão fluindo entre a arquitetura e a paisagem.
Como sabemos, Le Corbusier era um admirador da Acrópole de Atenas e como o espírito daquele lugar é percebido a medida que nos deslocamos. Ordem, hierarquia e sequência são elementos fundamentais na sua concepção de espaço arquitetônico, ao qual ele se referia em sua chamada "promenade architecturale".