- Área: 180 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:João Morgado
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Fabricantes: Itaim Iluminação, LUZILED
Descrição enviada pela equipe de projeto. Embora bastante limitados pela estrutura original da clínica,a qual naturalmente tivemos de respeitar, procuramos, a pedido dos clientes, recriar um ambiente agradável e coerente, e que desse resposta às necessidades intrínsecas do negocio.
De planta quadrada, situada no primeiro piso de um prédio pré-existente, o espaço caracterizava-se pela existência de um volume central, onde se localizavam um wc, um vestiário e uma zona de arrumos, e pelas salas, encostadas aos limites da planta quadrangular, Os conjuntos foram, por questões de logística, mantidas no mesmo local de forma a garantir a lógica organizativa existente.
A "camada externa" de salas criava, juntamente com o volume central, um corredor descaracterizado e abruptamente interrompido por uma sala de atendimento que, pela necessidade de espaço, roubou uma boa parte do corredor.
Ficou obvio logo de inicio que esse volume teria de ser reintegrado na tal "camada externa".
Assim, fortemente limitados pela organização espacial pré-existente, e por um espaço sobrelotado de funções, a nossa intervenção limitou-se a recaracterizar a clínica em termos de imagem e de fluidez espacial, procurando torna-la o mais coerente, confortável e harmoniosa possível.
Devido à superocupação da área a intervir o único espaço sobrante para o publico era o corredor, uma área de não mais de 15%, que teria de servir para criar uma imagem forte e empática e atribuir uma sensação de unidade a todo o espaço.
Assim, encaminhados pela organização em “donut” do espaço, e de forma a atribuir coerência entre o novo espaço e a atividade exercida na clínica (cirurgia plástica), decidimos fazer da curva o nosso tema principal.
Só através da curva conseguiríamos criar a fluidez necessária, quebrar cantos e conectar espaços de uma forma natural, tao natural como o corpo humano. Aproveitando todos os espaços sobrantes e transformando-o num só elemento interconectado e orgânico.
O corredor molda-se três vezes, criando bolsas com carácteres distintos. Recepção, sala de espera comum e sala de espera privada.
Todos eles independentes mas a coexistir como um só, e os três colocados a distancias conscientemente pensadas de forma a destruir a sensação de “espaço corredor” que herdamos do projeto inicial.
Como elementos agregadores e de atribuição de conforto espacial, além da curva jé mencionada, três outros elementos foram utilizados. A cortina, a luz artificial e a cor.
As cortinas, varridas por linhas de luz, misturam o tom creme das paredes com a subtileza dos tons do tecido, e espalham luz quente por todo o espaço comum, atribuindo uma sensação de tranquilidade e conforto.
Muito nos agradou deslocarmo-nos ao local, já em funcionamento, e constatar que as pessoas adotam neste espaço uma postura completamente diferente do que no espaço original, baixam o tom de voz e parecem mais tranquilas. Gostamos de pensar que por influência desta conjugação de tons e harmonia de curvas.
Nas salas, revestimos algumas das paredes a espelho, tanto por questões funcionais como pela necessidade de ampliar os espaços. Estes refletem e dão continuidade às cortinas (com tratamento antifúngico) que garantem a privacidade e quebram a luz exterior atirando uma luz uniforme sobre o espaço, ideal para trabalhar.
Na sala de cirurgia mantivemos as cores quentes e as cortinas para que se parecesse menos com uma sala de cirurgia e mais com uma divisão de uma casa, tentando amenizar o stress natural associado à operação.