- Área: 52 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Ryoo, In Keun
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Fabricantes: Hansgrohe, BEAL, Cera Trading, Lixil Corporation, PECAN, Vola, cera
Descrição enviada pela equipe de projeto. A arquitetura que encara e molda a natureza.
Localizado na base da montanha Bandai, no Japão, o projeto consiste em uma casa para uma família que vive na cidade. A região é famosa por suas nevascas, portanto, foi necessário se dedicar a um sistema estrutural para proteger a construção das intempéries naturais. Dessa forma, compreende-se o projeto em dois blocos, um primeiro com áreas secas de estar e o outro com as áreas molhadas, que se conectam por uma ponte que faz com que os visitantes desfrutem dos estímulos da natureza.
O projeto de um ano. Como é indicado no nome, o processo demorou um ano até ser totalmente executado, desde o corte das árvores, fabricação das peças e montagem. Conceitualmente, esperava-se que a construção dessa casa tivesse todos os seus processos dialogando com a natureza. Em geral, o processo do corte das árvores é feito durante o alto inverno, buscando extrair o máximo de performance do material. Depois disso, a madeira é reservada por um tempo, de 6 meses até 3 anos. Considerando que as casas atualmente são construídas em 4 meses, a espera do tempo de reserva da madeira é considerável no processo como um todo. Porém, para este projeto, o tempo de duração abrange histórias de muitas pessoas envolvidas em cortar, moldar, processar, carregar, entregar, montar e replantar.
Foram utilizadas 120 árvores de 80 a 90 anos de idade com 40 centímetros de diâmetro e sem nenhum tipo de tratamento especial. A naturalidade desse material, que se mantém fiel às suas características originais, sendo apenas ajustadas no comprimento e sem a tentativa de achar um padrão, torna a madeira expressiva e viva dentro do projeto.
Geralmente funcionando de acordo com os regulamentos definidos na sociedade moderna, consideramos que a construção do “projeto de um ano” deveria render-se à natureza. Em condições normais, não teríamos a oportunidade de utilizar árvores até seu último recurso, porém, adaptando e flexibilizando o método e cedendo às condições naturais, isso se torna possível.
Acreditamos que sempre que utilizamos árvores retiradas de florestas, temos que circular e procurar até devolvê-las em um lugar ainda melhor do que o original. Acreditamos em 'emprestar' e não 'retirar' os recursos do ambiente natural. Após o projeto ser completado, temos que devolver estes recursos para garantir sua existência para as próximas gerações.
A vida com uma árvore crescendo vagarosamente, desde de seu plantio, não é captada pelo tempo, mas sim marcada pelas pessoas que passam por lá.