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Arquitetos: Steven Holl Architects
- Área: 3800 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Iwan Baan
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado na fronteira entre a cidade de Richmond e o campus da Universidade da Virgínia, o novo Instituto de Arte Contemporânea foi concebido para reaproximar a instituição da comunidade local. Implantado na confluência de duas das mais movimentadas vias urbanas de Richmond, a Broad e a Belvidere Street, o edifício do instituto é a mais nova porta de entrada para a Universidade. O acesso principal do edifício se dá entre os volumes do auditório e do fórum, criando uma nova componente vertical que adiciona movimento à ortogonalidade da esquina.
Como caminhos que se "bifurcam”, os volumes do edifício sugerem que no mundo da arte contemporânea existe uma diversidade de interpretações. A ideia de um ponto de vista unânime é colocada em cheque. O novo Instituto de Arte Contemporânea da Universidade da Virgínia se organizada através de quatro galerias, cada uma com um caráter completamente diferente. A flexibilidade destes espaços permite que até quatro exposições independentes possam ser montadas, ainda que seja possível combina-las entre si. Deste modo, o espaço de cada uma das galerias pode ser fechado sem afetar a operação das outras. Dois percursos de visitação são possíveis, a partir do último pavimento e descendo pelos espaços expositivos das galerias, ou pelo caminho contrário, desde a galeria inferior até o último pavimento.
A circulação vertical se organiza no “plano do presente”, conectando cada uma das galerias, o auditório, o jardim das esculturas e o Fórum. Ao longo desta promenade arquitetônica, a integração entre todos os elementos do edifício pode ser explorada à medida que nos deslocamos pelos seus espaços.
O edifício de 3.800 metros quadrados foi concebido para ter duas fachadas frontais: de um lado se abrindo para a cidade, e do outro para o jardim das esculturas e para o Fórum, conectando a Universidade ao seu entorno urbano. No térreo, um café se abre diretamente para o jardim, assim como a galeria inferior. As portas pivotantes deste espaço permitem que as exposições possam transpor os limites da galera ocupando também o pátio. Com árvores de gingko e um grande espelho d'água, o jardim transforma-se em um “espaço de reflexão”.
A arquitetura do edifício sugere uma experiência de movimento através do espaço-tempo, tanto externa quanto internamente. Quando nos aproximamos do edifício a partir do oeste (da Universidade), ele parece se desdobrar lentamente construindo novas perspectivas. Enquanto nos deslocamos, o ruído do cascalho sob nossos pés é complementado por uma perspectiva que se abre gradualmente para revelar o espaço do Fórum. Para quem se aproxima de carro, de qualquer direção, a geometria do edifício se apresenta claramente como uma grande porta de entrada, a qual revela diferentes momentos de seus arquitetura à medida que nos deslocamos pela rua. À noite, os planos translúcidos se transformam em fontes de luz e brilho, iluminando o espaço público adjacente ao mesmo tempo que podem ser utilizados como telas de projeção.
O auditório conta com 240 lugares e está completamente equipado para apresentações de cinema, teatro, dança e música. Este volume é responsável por conectar o primeiro e o segundo pavimento, proporcionando diferentes perspectivas e inesperadas relações entre artes visuais e performáticas.
O vidro translúcido e a fachada metálica compartilham da mesma tonalidade cinzento-esverdeada, conferindo ao edifício um caráter dinâmico, de opaco e monolítico a multifacetado e translúcido, dependendo da luz. Quatro jardins elevados proporcionam espaços para instalações artísticas específicas. O edifício recebeu a certificação LEED Gold e possui sistemas geotérmicos de controle de temperatura, necessitando da mesma quantidade de energia para aquecer o edifício durante o inverno quanto para resfria-lo durante o verão.
O Instituto de Arte Contemporânea será uma nova porta de entrada para a Universidade da Virgínia, conectando a Universidade à cidade de Richmond. Com sua convidativa arquitetura que se abre para um jardim sereno e repleto de esculturas, será o espaço perfeito para as mais importantes exposições de arte contemporânea que a região já viu. Impulsionada por uma das melhores Escolas de Artes dos Estados Unidos, a arquitetura do IAC se transformará em um instrumento efetivo para o desenvolvimento e divulgação da arte, tanto através da exibição de filmes, palestras públicas, performances, simpósios e eventos comunitários, envolvendo a Universidade e a cidade na qual está inserida.