-
Arquitetos: APBA – Arquiteto Paulo Bastos e Associados
- Área: 1155 m²
- Ano: 2014
-
Fotografias:Daniel Ducci
-
Fabricantes: Arranjo Estofados, Deca, FAS Iluminação, Gerdau Corsa, Giroflex, Miaki, Saint-Gobain
Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetada no início da década de 1980, esta residência de campo foi concluída somente em 2014, dois anos após o falecimento de seu autor, Arquiteto Paulo Bastos. Localizada em Sapucaí-Mirim, município situado no trecho mineiro da Serra da Mantiqueira, que divide os Estados de São Paulo e Minas Gerais, a residência foi implantada numa clareira natural cuidadosamente escolhida pelo autor, em absoluto respeito e harmonia com a vegetação existente, abundante em araucárias, árvores de grande porte típicas da região serrana.
A demanda do proprietário, um ex-aluno de Bastos que acabou enveredando por outro caminho profissional, era simples: uma casa de veraneio/lazer com quatro dormitórios e uma piscina interna. O arquiteto organizou o programa em três blocos térreos, articulados por circulações ora abertas, ora fechadas, num partido que espraia as construções pelo terreno procurando aproveitar, da melhor maneira possível, a exuberante paisagem do entorno.
No acesso à residência, um pavilhão retilíneo abriga quartos de hóspedes, oficina e garagem, além de um home-theater em espaço originalmente idealizado para jogos. Duas circulações interligam este pavilhão com o bloco social e de convívio, no qual os ambientes de estar se distribuem de maneira absolutamente livre e em pleno contato visual com a natureza circundante, graças aos fechamentos de vidro presentes na maior parte de seu perímetro.
Em plano inferior ao das áreas de convívio, aproveitando o declive do terreno, está a piscina aquecida interna, banhada por luz natural através dos sheds de sua cobertura. Embora constitua um volume próprio, o pavilhão da piscina se encontra associado ao bloco social, até por representar, efetivamente, uma extensão deste. Finalmente, buscando proporcionar maior conforto e privacidade, o conjunto de dormitórios (três suítes) constitui um volume à parte, conectado ao bloco social por meio de uma circulação fechada, mas transparente (vidro).
Procurando explorar ao máximo a expressão própria dos (poucos) materiais utilizados, o arquiteto emprega tijolos de barro aparentes em toda a residência; pilares de madeira – aroeira – em sua forma natural de tronco, vigas metálicas e de concreto, e lajes deste material compõem a estrutura da residência, cujos pisos, exceto dormitórios, são executados em cimentado liso/queimado, com juntas posicionadas segundo projeto específico.
Com o falecimento do Arquiteto Paulo Bastos, a empresa passou a ser dirigida por seus sócios, Arquitetos Nelson Xavier (FAU-USP, 1984) e Luciane Shoyama (FAU-UNESP, 1995), que mantiveram a razão social e têm procurado preservar a memória de seu titular e de sua obra, referencial no contexto da Arquitetura Modernista Brasileira.
Nota: Este projeto foi originalmente publicado em Junho 01, 2018.