O concurso organizado pelo site YAC - Young Architect Competition e pelo Município de Favignana foi criado para transformar a Fortaleza de Santa Caterina, na Italia, em um novo centro da arte contemporânea do Mediterrâneo. Um lugar de encontro, cultura e pesquisa criativa onde os artistas possam se retirar para se deleitarem num contexto histórico capaz de inspirar a imaginação e introspecção. O júri contou com arquitetos conhecidos, como Daniel Libeskind, João Luís Carrilho da Graça, Manuel Aires Mateus, além de membros da prefeitura da cidade italiana. Uma equipe brasileira recebeu o segundo lugar. Conheça, a seguir, seu projeto e os participantes.
Descrição enviada pela equipe de projeto: Favignana é a maior ilha do arquipélago Égadi, no sul da Itália. Sua topografia é composta de duas áreas planas, separadas pelo morro que corta a ilha no centro. No alto do morro, se situa o Forte di Santa Caterina. A fortaleza, devido sua posição geográfica e sua relevância histórica, se apresenta como um marco para o território. Sua presença é visível de diversos pontos da ilha, sobretudo da área leste, a área mais urbanizada. O edifício projetado se apresenta como um novo marco para a ilha, visível somente da área oeste, a área rural. Dessa forma, o conjunto arquitetônico, composto pela fortaleza como protagonista e o novo edifício, se faz presente na ilha como um todo, sendo visível das duas partes separadas pelo morro.
O percurso de acesso para o conjunto arquitetônico é o existente e culmina na fortaleza. Nosso projeto propõem a restauração de seus ambientes internos e a implementação de 3 novas passarelas internas que modificam a dinâmica de fluxos do edifício original. O edifício histórico tem como programa as residências artísticas, ou seja, tem como infraestrutura a habitação para os artistas e ateliês para trabalharem. Os ateliês são abertos e fazem parte do percurso de visitação da fortaleza. Neles, os visitantes conseguem ver as obras de arte em “vida”. Nesse contexto, os artistas têm a oportunidade de expor seus trabalhos em processo para visitantes.
A fortaleza e o novo edifício se articulam através de um percurso composto de caminhos retilíneos que acompanham a topografia do vale, formando um parque a céu aberto. Ao longo do caminho poderão ser expostas obras de arte de grande escala, que acompanham os passantes até a grande entrada do edifício proposto.
A implantação do novo edifício em concreto circunscreve o cume do morro adjacente à ruína e se estabelece de forma monolítica, remetendo à solidez da materialidade da fortaleza e mimetizando sua forma com a paisagem existente. Esse edifício, em sua parte pública, contempla um percurso de exposição com partes cobertas – no pavimento de chegada - e abertas – na cobertura -, um auditório e um restaurante. A parte privada, situada no pavimento abaixo, conta com o hotel com fenestrações para a contemplação do Mar Mediterrâneo.
O complexo arquitetônico criado, composto pela fortaleza histórica, pelo parque e pelo edifício projetado, traz à Ilha de Favignana uma vida cultural de grande importância para o turismo da região e para a população local, ao criar um polo de arte contemporânea com espaços ricos para a exposição dos trabalhos, sejam eles finalizados ou em processo.
Arquiteto Responsável
Fernando BoniniEquipe
Stefan Kasmanhuber, Marcos Blanco de Amorim, Luiza Schreier Olivier, Bruno Läuppi e Pedro MaiaAno do projeto
2018
