Casa Incompleta / estudio relativo

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Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se de um projeto residencial para um casal jovem, localizada em um bairro fechado nos arredores da cidade de Santa Fe. A encomenda significou a oportunidade de impulsionar uma primeira fase de construção, permitindo uma ocupação mais imediata do imóvel. A esta primeira etapa, sucederiam gradualmente uma série de ampliações coordenadas em cada caso, segundo as prioridades emergentes de seus habitantes. As particularidades da encomenda, por outro lado, permitiam interpretá-la como um cenário propício para trabalhar hipóteses de crescimento e adaptações do espaço doméstico às progressivas reconfigurações da família.

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Se assume, portanto, a dinâmica da família contemporânea, com suas incorporações e rupturas como um projeto indeterminado, em processo permanente, motivo pelo qual se evita, de forma consciente, a busca por um sistema definitivo: um plano que se determina de uma vez e para sempre em termos de construção e destino de seus espaços. Ao contrário, se propõe uma estratégia de implantação, um sistema construtivo-espacial de caráter atômico, celular, desprovido de hierarquias e de crescimento rizomático e indefinido. Assim, a casa (neste caso), como um organismo vivo, acompanha e se adapta ao núcleo familiar em constante mudança, instalando-se a partir de um planejamento de etapas de obra em uma condição de permanente inconclusão.

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O informe, segundo Georges Bataille, é "um termo que serve para desclassificar; um vocábulo que não existe para dar significado a certas coisas, se não para instigar seus usos; um antagonismo a todo universo matemático que confabula um ataque à taxonomia das coisas do mundo; uma investida para acabar com toda a prática de ordenamento; uma contraposição à prática de dar formas a todos os conteúdos, uma ruptura do academicismo"1
1 Bataille, Georges. documents.1929.Em : Bis, Yves-Alain; Krauss, Rosalind. Formless. A User ́sGuide.Zone Books. Nova Iorque,1997.,5 [tradução livre do tradutor]

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O sistema proposto se compõe de uma série de módulos cujas características dimensionais sugerem os tipos de uso (células sociais ou íntimas), além de células de apoio, tanto para os espaços internos, quanto para os externos e semi-cobertos. Em todos os casos procurou-se, em função de otimizar uma proposta de trama, maximizar o contato de cada célula com o espaço externo e minimizar o contato das células entre si. Assim, as células adquirem maior independência e privacidade, ao mesmo tempo que as operações de crescimento e dispersão são multiplicadas.

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Imaginamos a estrutura em outro tempo, ocupada por outros usuários, transformando-se em consultórios médicos, em repúblicas estudantis, em espaços sociais; anexando novos módulos e isolando-se mil e uma vezes de mil maneiras diferentes; como uma estrutura de ocupação programável (e "desprogramável"), descaracterizada ou sem feições reconhecíveis. Mais do que uma peça de arquitetura, trata-se de uma peça de micro-urbanismo de bairro, muito vinculado à quadra. Uma proposta de tecido construtivo e social.

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