Fragmentos de Nova Iorque: arquitetos brasileiros ganham menção honrosa em concurso internacional

Descrição enviada pela equipe de projeto. Nova Iorque pode ser definida como a cidade símbolo do progresso profissional, dos sonhos, das ambições e inovações. Apesar disso, a cidade que é o oposto da monotonia, ainda lida com a existência de espaços de trabalho repetitivos e maçantes em grande parte de suas edificações. A partir disso, surge o questionamento: estaria a arquitetura em descompasso com a imagem da cidade?  Como lidar com essa contradição?

O concurso “New York Vertical City Pro” organizado pelo Archmedium tinha como objetivo a elaboração de uma nova torre de uso misto em Nova Iorque, que deveria contar com escritórios, moradias temporárias, espaços culturais e de lazer. Os arquitetos deveriam solucionar uma pequena “cidade vertical” do século XXI.

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Cortesia de Carol Vasques, Diego Saraiva e Pedro Dal Molin.

Segundo o filósofo Zygmunt Bauman, nós vivemos em uma era “líquida”, onde nada é permanente. A vida é definida pela efemeridade. A arquitetura assume o importante e complicado papel de responder de forma cada vez mais rápida a necessidades que podem acabar com a mesma velocidade em que surgem. O mundo físico tem as suas distâncias reduzidas através do meio virtual. Estamos sempre conectados independentemente da nossa localização geográfica. Distâncias, relações pessoais e as estruturas que regem a nossa sociedade são modificadas devido ao contato com o meio virtual.

A segregação tradicional dos programas acaba por se tornar questionável dentro de uma realidade em que a monotonia e a repetição colaboram para uma data de validade cada vez mais curta. Hotéis, espaços culturais e de lazer, comércio, trabalho: programas que historicamente coexistem em prédios de uso misto resultando frequentemente no “empilhamento” de zonas programáticas ou até mesmo em sua separação através de volumetrias distintas. Seria esse o máximo que essa tipologia tem a oferecer? O uso misto ganha uma nova escala.

Os programas são fragmentados e intercalados por toda a edificação. O meio virtual é responsável pela conexão e pelo funcionamento coeso dos diversos fragmentos de programa dispersos ao longo dos andares da edificação e também da cidade. A tecnologia nos informa a localização e disponibilidade de cada um dos recursos que compõem o projeto.

Ao misturarmos diversos programas em um mesmo espaço, criamos condições de uso únicas e raramente exploradas. Criam-se identidades e qualidades específicas para cada andar, atmosferas e ambiências diversas. O trabalho, o lazer, o comércio e o habitar são diversificados e passam a atender a um maior espectro de indivíduos. Eleva-se o potencial de identificação e compatibilidade do prédio com o usuário.

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Cortesia de Carol Vasques, Diego Saraiva e Pedro Dal Molin.

A edificação passa a ser organizada pelas qualidades espaciais e não pelo seu conteúdo programático. Criamos uma biblioteca de espacialidades.  Antes de estabelecermos a função de cada volume, exploramos como diferentes espaços se relacionam entre si e que ambiências geram. Criam-se diferentes possibilidades de utilização dos programas.

A era virtual em que vivemos permite-nos quebrar os limites de programa e espaço, redefinindo o significado de uso misto. Fragmentos de Nova Iorque é um projeto que sintetiza os avanços tecnológicos e culturais de nossa era possibilitando novas formas de projetar: uma arquitetura flexível e contemporânea que extrapola os limites da edificação e espalha-se pela cidade.

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Cortesia de Carol Vasques, Diego Saraiva e Pedro Dal Molin.

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Sobre este escritório
Cita: Eduardo Souza. "Fragmentos de Nova Iorque: arquitetos brasileiros ganham menção honrosa em concurso internacional " 23 Jul 2018. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/898755/fragmentos-de-nova-iorque-arquitetos-brasileiros-ganham-mencao-honrosa-em-concurso-internacional> ISSN 0719-8906

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