- Área: 260 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Marcelo Donadussi
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Fabricantes: Itaci Ulian, Madeiras Bela Casa, Majoy Confecções, Marmoraria Universitária, Móveis Germânia, Saul Móveis, Sierra Móveis, Thonart
Descrição enviada pela equipe de projeto. A arquitetura desta residência é uma resposta às características específicas do terreno localizado na região dos vinhedos da serra gaúcha.
Implantada em um lote com mais de 20 metros de declive em sua extensão, para desenvolver o projeto desta casa a observação da arquitetura das residências mais antigas da cidade serviu de referência. A cidade é marcada por uma topografia de encostas arborizadas e solo de basalto. Os imigrantes italianos que colonizaram a região adaptaram-se a estas características optando por casas cujo pavimento térreo, construído em pedras, funcionava como contenção de solo, deixando livre da umidade do solo o segundo nível da residência, geralmente em madeira, onde eram localizados os dormitórios.
A partir deste entendimento a Casa Piemonte acomoda o pavimento térreo em uma cota abaixo do nível da rua. A contenção desta cota intermediária se dá na área lateral à garagem, evitando o contato da umidade com o cotidiano dos moradores e deixando a área social integrada com o pátio voltado para o lado oeste onde tem-se a vista para o vale dos vinhedos e insolação positiva para esta região de baixas temperaturas. Além disso, a área social de cozinha, jantar e estar integrados fica diretamente conectada com este pátio isolado posicionado em cota alta suficiente para garantir privacidade e insolação independente de construções futuras.
O programa de necessidades dos proprietários foi atendido em uma construção de aproximadamente 260m² contendo 03 suítes – todas voltadas para a fachada oeste, garagem para dois automóveis e área social integrada. A mata nativa foi mantida intocada em mais da metade do lote e as visuais das aberturas destaca esta situação emoldurando a típica paisagem de serra.
O pé-direito de 4,20 metros do primeiro pavimento da casa também é uma resultante do terreno. Esta altura foi definida em função do escalonamento da topografia na finalidade de implantar a área social no nível do jardim evitando aterramento demasiado. O uso das pedras nas fachadas térreas tem duas intenções: a primeira é a de releitura da casa italiana típica e a segunda é de facilitar a manutenção dispensando repinturas. Além disso, a materialidade da casa de concreto, madeira e pedra reforça o caráter de integração da casa à mata na qual está localizada.
Os pisos são de madeira maciça e pedra de basalto. As esquadrias são de vidro triplo e no centro da sala está posicionado um fogão à lenha. A partir de elementos como estes buscou-se promover um espaço acolhedor nos dias mais frios.
A cobertura é plana e funciona como uma laje técnica de instalação dos equipamentos da casa. Nela estão localizadas as placas de energia solar para aquecimento de água, as máquinas de ar condicionado e os reservatórios. No local também foi armazenada a madeira das formas da obra que é usada como lenha para o fogão.
A obra foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa, que durou 04 meses, foi realizado o talude de pedras que criou o plano de implantação da casa. Na segunda etapa ocorreu a obra da residência e durou 15 meses.