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Arquitetos: 1406 STUDIO, Institute of Shanghai Architectural Design and Research; 1406 STUDIO, Institute of Shanghai Architectural Design and Research
- Área: 607 m²
- Ano: 2016
Contexto
Localizado às margens do Lago Taihu, a oeste de Suzhou, o projeto do restaurante Xijing Bay se favorece da pitoresca paisagem natural onde está inserido. Impulsionado pelo crescente número de turistas na região, a estrutura foi concebida para abrigar uma série de atividades culturais e gastronômicas na Baía de Xijing.
A apenas trinta quilômetros de distancia da cidade de Suzhou, o restaurante foi construído em meio a uma paisagem bucólica, não muito longe da área conurbada da cidade mas conservando a tranquilidade de uma cidadezinha do interior.
O terreno inclinado com vistas para a baía está limitado em um dos lados por uma construção existente. Implantado no topo da pequena colina, com um desnível que varia de três à cinco metros em relação a via de acesso local, o restaurante tira proveito das impressionantes vistas da ampla paisagem rural que flui morro abaixo em direção ao Lago Taihu.
O cedro centenário foi mantido em meio ao terreno inclinado, preservando a história natural do lugar e construindo novas narrativas com o novo edifício do Restaurante Xijing Bay.
A pequena vila de Shangshan às margens do Lado Taihu, o terreno íngreme e a árvore centenária fazem deste um lugar único.
A arquitetura
Foram criados distintos platôs para vencer o desnível entre o acesso junto à via local e a parte mais alta do terreno. Este jardins suspensos foram então conectados por trilhas sinuosas pavimentadas em pedra, que por sua vez, amarram os diferentes volumes do edifício.
O restaurante foi concebido como uma casa de campo aberta e transparente. Os brises verticais de madeira fornecem proteção às contínuas superfícies de vidro que definem o restaurante, permitindo a ampla iluminação natural dos espaços interiores. As diferentes orientações das fachadas fornecem diferentes ângulos de vista para a paisagem do entorno. A cobertura acessível funciona como uma espécie de deque à céu aberto onde é possível ter uma visão 360º da paisagem do Lago Taihu, aonde os visitantes podem desfrutar livremente o clima ameno desta pequena cidade na Baía de Xijing.
Do lado de fora, os hóspedes podem experimentar o contato direto com a paisagem rural através dos diferentes jardins criados. Estes espaços externos permitem que o interior se expanda, acomodando uma maior número de pessoas sem aumentar a área construída do edifício. Os espaços ao ar livre foram concebidos em diferentes estilos os quais permitem aos visitantes aproveitar o deleite da vida no campo, sentir o cheiro da terra molhada e o frescor da brisa no final da tarde.
Uma grande varanda criada no primeiro pavimento garante que, ainda dentro do edifício, possa-se desfrutar plenamente da bela paisagem circundante. O pequeno pátio criado junto ao muro de contenção do lado norte fornece ainda um espaço aconchegante para encontros mais íntimos ao ar livre. Passando pelo corredor no segundo pavimento, os visitantes são transportados para a copa do grande cedro, onde é possível vislumbrar a encantadora paisagem entre os galhos da árvore centenária.
O Lago Taihu e o pequeno povoado de Shangshan podem ser vistos em sua total plenitude a partir das varandas e do terraço na cobertura. O projeto é uma combinação de espaços internos e externos que amarram o edifício às características singulares do terreno, criando uma simbiose perfeita entre arquitetura e paisagem.
Limites indefinidos
Os arquitetos procuraram superar os limites e definições dos espaços, tanto física quanto conceitualmente, criando uma arquitetura fluida que se esparrama pelos diferentes platôs do terreno, permitindo que os visitantes se desloquem livremente pelos seus espaços apropriando-se deles conforme os convenha.
Aproveitando a diferença de níveis no sentido leste-oeste do terreno, o projeto transformou uma necessidade em oportunidade. As escadas funcionam como uma espécie de gangorra, quebrando a lógica convencional dos pavimentos criando uma série de meios níveis e aproveitando ao máximo as condições naturais do local. Os arquitetos transformaram os patamares das escadas em salas e espaços abertos, desdobrando o espaço do edifício no sentido vertical, criando uma continuidade da parte mais baixa do terreno junto à estrada até a cobertura.
O cedro
A incorporação da árvore centenária no projeto traduz a simbiose criada entre arquitetura e paisagem.
O edifício foi concebido para acolher e manter o cedro em seu centro, ao redor do qual seus espaços se organizam. A proximidade da copa da árvore com o corredor do segundo pavimento faz com que os visitantes se sintam atravessando seus galhos à medida que se deslocam pelo espaço, assim como quando na cobertura, os clientes do restaurante podem desfrutar de uma impressionante vista por cima da árvore, dominando a paisagem e incorporando-se a ela.
A estreita relação entre arquitetura e paisagem faz com que este projeto seja um pouco das duas coisas. A relação entre o ambiente construído e a natureza é bastante íntima sem jamais ser ofensiva, um equilíbrio perfeito onde cada um contribui à sua maneira para transformar este projeto em uma experiência única.