- Área: 150 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Francisco Nogueira, Luis Machado
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Fabricantes: Artur Oliveira Construções, Fabory
Descrição enviada pela equipe de projeto. O pavilhão que concebemos para o Walk & Talk Festival pretende transpor os limites da arquitetura assim como o próprio festival procura ser algo à mais que um simples evento de arte pública. Criamos um espaço completamente fluido e permeável, uma cobertura singela que fornece a proteção necessária para abrigar suas diferentes funções. Como na maioria de nossos projetos, começamos a trabalhar sobre uma série de modelos, os quais adaptamos aos requisitos do cliente além de buscar inspiração nos elementos locais da arquitetura vernacular.
Partimos de uma estrutura modular de madeira, assim como são construídas as tradicionais estufas de abacaxi da ilha dos Açores, enraizando o projeto na cultura e paisagem local de forma a criar uma estrutura ampla e flexível. Duas linhas paralelas de pilares são responsáveis por distribuir o peso da cobertura do telhado inclinado e definir a sua modularidade: uma sequência de pórticos interligados, muito similar com a estrutura de uma igreja, apresentando uma nave central superior e um corredor periférico.
Imaginar um espaço provisório para um evento público a céu aberto, por ser visto como um manifesto arquitetônico efêmero dos ideais que o Festival vem consolidando ao longo de seus oito anos de existência. A apropriação e revitalização do espaço público e a interação com a população local são os princípios essenciais que guiaram este projeto, um pavilhão ao redor do qual, gravita todo o programa do festival. O espaço do bar e o refeitório, onde todos os artistas se reúnem diariamente para suas refeições, acontecem nesta espécie de praça pública, convidando todos os participantes a interagir e trocar novas experiências.
A estrutura foi concebida de forma modular para que possa ser facilmente adaptada, crescendo ou diminuindo de tamanho conforme a necessidade do programa além de poder ser dividida em duas estruturas independentes, o espaço principal que conta com o palco e a área multidisciplinar com o bar e o refeitório. O palco pode assumir diferentes posições dependendo do tipo e tamanho do evento, abrindo-se mais ou menos para a praça e para o teatro. Ao longo de todo festival, o pavilhão recebeu diversos tipos de eventos, desde oficinas a palestras; refeições, festas e apresentações.
Os artistas são convidados a interagir com o espaço de diferentes maneiras, tornando o projeto mais rico a cada nova apropriação. A estrutura foi construída com madeira certificada local, chamada cryptomeria, um cedro japonês que foi introduzido na ilha dos açores há muitos anos. Embora seja uma madeira macia, ela adaptou-se perfeitamente ao clima úmido e chuvoso devido a sua porosidade que faz com que ela respire e seque facilmente.