Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado em Chongwu, na província de Fujian, o Museu de Arte Fengying foi concebido para abrigar as obras do mestre chinês da escultora, Wu Deqiang. O projeto é resultado de uma ampla reforma de seu antigo ateliê de escultura. Os arquitetos criaram três novos pátios interiores que permeiam o layout do edifício, incorporando a natureza dentro do espaço do museu.
Anteriormente a estrutura abrigava um série de espaços para o processamento das pedras, um edifício de escritórios recém construído além de outras três estruturas menores independentes. Estes pequenos edifícios abrigavam os estúdios do famoso escultor, aonde estavam preservadas muitas lembranças preciosas do seu trabalho. A antiga oficina de esculturas, com mais de dez metros de pé direito, havia se transformado em apenas uma fonte de poluição da vizinhança. Este cenário caótico levou os arquitetos a pensar: Como criar um espaço expositivo que seja agradável aos visitantes e também ao seu entorno? Como incorporar o valor histórico do local em nossa nova arquitetura?
Compacto e permeável
Dado o orçamento limitado para cobrir os custos de projeto e construção, os arquitetos adotaram uma estratégia introspectiva, que valoriza a simplicidade e uma planta enxuta com a finalidade de minimizar possíveis problemas de execução. O principal espaço expositivo assumiu então uma planta quadrada, simples e compacta. Três aberturas foram inseridas neste volume para conectar o interior e o exterior, transformando o edifício em uma experiência espacial contínua e fluida.
Passado e futuro
Os arquitetos mantiveram os três antigos estúdios, recheados de memórias do escultor, e se concentrar em expandir o novo edifício que ocupava a porção sul do terreno. O pátio principal foi inserido de forma a conectar os dois elementos construídos, representando respectivamente o passado e o futuro em um novo projeto unificado. O espaço aberto e coberto do pátio guia os visitantes à entrada do salão das esculturas. Este espaço exterior dinâmico serve como uma espécie de transição natural entre o espaço e o tempo, aproximando a distancia física e principalmente, a distância temporal entre estas duas estruturas.
Natureza e artificialidade
Considerando a heterogeneidade dos trabalhos e também de suas dimensões, os arquitetos priorizaram a iluminação natural em detrimento de um sistema mais convencional. As maiores esculturas foram implantadas nos pátios e estão exibidas ao ar livre onde a luz natural cria um ambiente de exposição mais genuíno. Para exibir as peças menores, um projeto específico de iluminação foi desenvolvido para melhor apresentar os itens da coleção permanente do museu.
A fachada exterior do edifício é feita de pedra, a mesma pedra utilizada na maioria das escultura de Wu Deqiang. O arranjo dos elementos verticais cria um efeito de gradiente côncavo-convexo em forma de arco, como se a superfície sólida da fachada de pedra fosse leve como um tecido.
Três vazios e três pátios
As antigas estruturas e o novo edifício mantém a sua própria individualidade dentro do conjunto. O espaço vazio entre os volumes desenha os contornos dos pátios, permite a iluminação natural dos espaços interiores e também uma maior permeabilidade do solo.
O pátio em forma de "U" se transforma em um grande plano de fundo verde para o espaço expositivo principal. A fachada curva de vidro é responsável por difundir a luz natural e criar uma experiência única dentro do museu.
O pátio linear crivo no canto sudeste cria uma parede curva completa que define a sala de projeção. Esta abertura proporciona uma luz sutil e suave que cria uma atmosfera aconchegante para o espaço expositivo.