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Arquitetos: FGMF
- Área: 3700 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Rafaela Netto
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Fabricantes: Alloy, Alumileste, Atlas Schindler, Eliane, Ibratin, Lemca, Lino, M Temper, Madeiras Ecológicas, NDA, Norobrás, OLG, Omega Light, Pedras Bosso, Pormade, Portobello, RLP, Reale, Revoluz, Supermix, +4
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício Aruá foi projetado a partir de uma composição com 4 blocos distintos, unidos por uma circulação vertical comum. A obra é uma espécie de quebra-cabeça de quatro edifícios com plantas e alturas diferentes fundidos em apenas um. A união desses volumes forma uma espiral ascendente, uma vez que cada bloco possui um pavimento mais alto do que o anterior. Esse movimento inspirou o nome do prédio, que significa caracol em Tupi.
A estratégia de cada volume ter gabarito diferente possibilitou uma série de coberturas com varandas e jardins em nível, como quintais de casa, diferente do clássico acesso à área descoberta apenas por um segundo andar do imóvel. Cada um dos blocos recebeu tratamento de acabamento diferente para deixar clara a diferença de planta e ocupação em cada um dos volumes que compõem a edificação.
O edifício possui diversas referências a boa arquitetura modernista brasileira. O hall da entrada é todo aberto sob pilotis de concreto aparente; o projeto de paisagismo é bastante tropical; há um grande painel de arte feito com ladrilhos hidráulicos pelo artista João Nitsche; as aberturas dos apartamentos possuem venezianas do tipo corre por fora e o acesso ao prédio se dá por um pórtico de concreto aparente que faz a transição entre o público e o privado e também serve de banco na calçada.
A volumetria final do projeto preocupava os arquitetos desde a concepção, pois a legislação que implicava nas relações entre área do terreno, área construída, necessidade de ocupação e gabarito forçava a um resultado um tanto robusto e compacto. Nesse sentido, o uso da variação de volumes permitiu também uma abordagem plástica na implantação desses volumes, reforçada nas cuidadosas fachadas e entrada, e sobretudo no volume menor, que é inteiramente revestido de decks sintéticos. O resultado plástico do conjunto busca minimizar o impacto da nova construção e estabelecer um diálogo com a morfologia urbana das ruas, tornando a edificação mais amigável ao pedestre e ao restante do tecido urbano.