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Arquitetos: Claudia Issa, Lair Reis, studio mk27 - marcio kogan
- Área: 827 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
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Fabricantes: Core, Leicht, Plancus, Santorini Mármores, augusto moreno, dilegno, panoramah!®
Descrição enviada pela equipe de projeto. Dez horas da noite. Muito calor. Aproveito este raro momento de calma e solidão para desenhar a nova casa. Do rádio, que desligarei dentro de dez segundos fala-se do último seqüestro e de uma rebelião de presos. Leio as minhas anotações da primeira reunião com os clientes, um casal de publicitários.
Conversamos sobre uma enorme biblioteca na sala com pé-direito duplo, enormes janelas que se abrem completamente para o jardim, uma piscina de 3 X 30m, uma cozinha com uma bancada central laranja, duas escadas de mármore simétricas iluminadas por um enorme rasgo zenital, um estúdio de trabalho, detalhamento preciso, espaços com proporções elegantes e inusitadas sempre se relacionando com o exterior de uma forma diferente, texturas brancas, a poltrona “Ball” de Eero Aarnio, os anos 60, minimalismo, música eletrônica, Stockhausen, Cage, o último número da revista Visionaire, receita de um spaghetti al mare e finalmente, “Meu Tio” de Jacques Tati.
Penso num enorme e único volume empacotando tudo: uma caixa branca. Em São Paulo, não precisamos pensar em integração arquitetônica, tudo é um caos, o mais absoluto caos. Nesta cidade, a mais feia do mundo, que transborda energia, vibrante como nenhuma outra, adorada e detestada, tudo que for projetado estará plenamente integrado á cidade. Ah, sim, não posso me esquecer de um enorme muro protegendo a casa, revestido de madeira natural (talvez da última árvore da Amazônia), e que certamente será totalmente pichado, dando um toque final na perfeita harmonia com o entorno.
De um humilde arquiteto do terceiro mundo
* Esta é uma versão editada do texto enviado pelo arquiteto. A versão original você pode ler aqui.