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Arquitetos: Estúdio Mori, Maristela Faccioli Arquitetura; Estúdio Mori, Maristela Faccioli Arquitetura
- Área: 1189 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Marcelo Scandaroli
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Fabricantes: Deca, Eliane, Leo Madeiras, Portobello, Suvinil
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício cujo projeto nos foi solicitado deveria ser a Sede Social de um condomínio recém-implantado na cidade de São José dos Campos (SP), em uma expansão da cidade chamada Urbanova. Esta região se distingue por amplas áreas com resquícios da anterior ocupação - propriedades agrícolas - além de contar com novas vias de acesso e uma reserva de mata nativa preservada contígua ao terreno da implantação do projeto.
Já existia um programa razoavelmente bem definido das áreas necessárias e desejadas, assim, o grande desafio foi implantar o edifício em um terreno em declive, com a “frente” formada por uma grande curva e, ao fundo, o limite com a mata nativa preservada.
Nossa interpretação do problema foi balizada por algumas diretrizes, que para nós se tornaram mandatórias:
- o Salão deveria estar voltado para a parte de trás do terreno, com o intuito de proporcionar ao mesmo tempo privacidade e vista privilegiada da mata;
- a arquitetura deveria “conversar“ com os demais elementos arquitetônicos do entorno, basicamente, as portarias de entrada para o residencial já pré-existentes;
- por fim, arquitetura deveria estabelecer tal presença no local, a fim de consolidar um marco de chegada no “não-lugar” formado pelo cruzamento das vias de acesso.
Como o declive era acentuado, optamos por um muro de arrimo para criar um pavimento abaixo do nível da rua, onde colocamos o estacionamento coberto para 14 veículos e as entradas de serviço. Dessa forma, visto de frente, o edifício aparenta ter somente um pavimento, onde privilegiamos as entradas sociais, o salão em si e, mais escondidas, as áreas de apoio como cozinha, banheiros e vestiários.
Também imaginamos criar uma barreira visual que trouxesse privacidade para o grande salão, que se traduziu no grande paredão revestido de pedra-madeira, porém, com aberturas que pudessem garantir alguma iluminação natural extra e ventilação cruzada em dias muito quentes.
A ideia de se utilizar estrutura metálica surgiu a partir da nossa intenção em relação à cobertura, que deveria ser leve e vencer o grande vão do salão sem contar apoios intermediários, somada ao desejo de termos panos de telhado com baixa inclinação almejando um resultado plástico igualmente mais leve. Tudo isso veio ao encontro à vontade do cliente em fazer uma obra rápida, limpa e em etapas.
O uso da pedra como revestimento faz um contraponto ao aço e ao vidro, com o propósito de integrar a arquitetura à natureza exuberante da mata ao fundo.
Nos preocupamos ainda com os devidos isolamentos, tratamentos acústicos e com a iluminação, que deveria emanar de dentro para fora do prédio e criar uma atmosfera de vida e festa num entroncamento de vias que normalmente servem apenas como passagem.