- Área: 328 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Javier Callejas
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Fabricantes: Chova, Isover, Knauf, Laminex, SGG CLIMALIT
Descrição enviada pela equipe de projeto. Como projetar uma residência em um pequeno terreno enclausurado entre empenas, cuja única fachada está orientada ao norte? Este é o ponto de partida para um projeto que, devido a sua complexa resposta, está baseado em premissas simples. O projeto começa dialogando com a tradição: surge a ideia de construir uma casa pátio com caráter e linguagem contemporânea. A centralidade dessa tipologia de moradia permite a permeabilidade do espaço e da luz, conferindo uma sensação de amplitude que contrasta com as dimensões originais do terreno. O pátio adquire seu caráter contemporâneo graças aos materiais escolhidos, concreto e bambu, que utilizam a luz para mitigar suas texturas e materialidade.
A residência está incrustada no terreno, convertendo-se em um grande volume que serve para a contenção da terra. Esse corpo de contenções abriga dois programas que podem funcionar de modo independente.
Por um lado, o programa da moradia principal, que se desenvolve no primeiro, segundo e terceiro nível do projeto. As escadas e o pátio converteram-se nos protagonistas desses espaços. O vazio interior gera fachadas que são perfuradas por inúmeros pontos que deixam passar a luz, sem que esses ambientes percam sua intimidade em relação à rua. A escada aparece como um elemento escultórico e essencial para os diferentes espaços. Assim, pátio e escada vinculam espacial e perceptivamente a residência.
Por outro lado, surge um volume relacionado ao tectônico, ao abrigo oferecido pela penumbra. Este volume está destinado às áreas de armazenamento, assim como o hall de entrada e a casa de hóspedes. O contraste entre as duas partes é visível pela luz que atinge a estrutura desde as claraboias. É possível habitar o subsolo sem ter consciência de estar em um e, enquanto os proprietários desfrutam da sua casa pátio, os convidados aproveitam a outra moradia.
Com meios econômicos, procura-se executar duas moradias neste terreno de 85m2 e que a priori mostrava características pouco favoráveis.
Os espaços contrastam por sua honestidade. Observa-se como a estrutura, em forma de placas, gera os planos principais que servem para formar os espaços dessa residência. Em contraposição a este material pétreo, utiliza-se o bambu para criar os planos auxiliares necessários - grades em aberturas para o exterior e planos de forros falsos. Por último, o piso é feito com um material nobre como a madeira. Concreto em contraposição com madeira e bambu. A combinação do artificial frente ao natural e cujo caráter é reforçado quando a luz emana das claraboias, momento em que aparecem as texturas com o jogo de sombras.
Por fim, a Guarnón é uma residência com espaços marcados pela calidez das decisões materiais, junto com a luz do sul.