- Área: 3000 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Schran Image
Descrição enviada pela equipe de projeto. A centro Tahoe Qingyun está localizado 30 km à sudeste de Fuzhou, capital da província de Fujian. Fuzhou é conhecida a mais de mil anos, desde os tempos da dinastia Song, como um tesouro cultural da região. Sua incrível diversidade natural e cultural se esparrama por entre uma paisagem de florestas, riachos e montanhas. Inspirados por este rico contexto, os arquitetos buscaram incorporar partes da cultura zen tradicional da dinastia Song na concepção deste projeto único na cidade de Qingyun.
Prós e contras
Ao lado deste complexo arquitetônico chamado de Tahoe Qingyun, o rio Dazhang passa calmamente por entre o vale verde de Fuzhou. Durante a primeira fase de construção, todas as vias foram bloqueadas, tornando muito difícil o acesso do local por terra. Desta maneira, os visitantes eram obrigados a deslocar-se de balsa. O que em um primeiro momento poderia parecer uma inconveniência, acabou se tornando um de seus maiores atrativos uma vez que os arquitetos, percebendo o seu potencial, transformaram os ancoradouros das balsas em uma rede inter-conectada de transporte fluvial que dá acesso a todos os edifícios do conjunto. Além do mais, a viagem de barco permite que os visitantes tenham uma perspectiva única, com vistas para as duas margens do rio. A partir do ancoradouro, os visitantes passam por sinuosos caminhos em meio a floresta de bambus antes de chegar até o conjunto de edifícios.
Reinterpretando o clássico
O projeto tira partido dos icônicos elementos da tradicional arquitetura Song, incorporando-os em sua arquitetura. A fachada foi construída utilizando placas de alumínio revestidas com lâminas de madeira, fazendo um claro paralelo entre o clássico e o contemporâneo. A arquitetura é solene, porém não convencional. Toda a estrutura do edifício foi construída em aço, porém conservando as proporções clássicas dos edifícios da Dinastia Song. Pórticos triangulares foram escolhidos para compor a modulação da estrutura e da fachada do edifício. Ao mesmo tempo, estes elementos periféricos são conectados através das enormes treliças da estrutura da cobertura. Os beirais que cobrem as varandas perimetrais foram concebidos como elementos vazados, principalmente por conta dos fortes ventos e tufões que castigam a região de tempos em tempos, além é claro, de garantir leveza e transparência ao edifício.
Dissimulando elementos
O principal objetivo deste projeto é a simplicidade. Por isso os arquitetos procuraram esconder os elementos funcionais, entre os quais a drenagem da cobertura. As calhas do telhado e os tubos de queda encontram-se ocultos nas colunas quadradas do edifício, encaminhando as águas pluviais até o solo. Cada elementos da cobertura foi projetado com uma inclinação específica, encaminhando a água da chuva para as colunas. Os beirais são amplos o suficiente para garantir que sob chuvas leves, este grande espaço aberto possa ser utilizado normalmente.
Transparência
O edifício foi concebido com esquadrias de vidro duplo LOW-E de alta transparência, ocultando elementos secundários e realçando os componentes primários da estrutura. As esquadrias de 4m quadrados foram concebidas de tal forma que revelam apenas seus montantes verticais. O edifício é, portanto, extremamente brilhante e transparente. Estratégias passivas também foram incorporadas no edifício, que conta com aberturas externas elétricas e janelas de exaustão instaladas a uma altura de 6m para favorecer o efeito chaminé e a ventilação cruzada.
Ciclos das águas
O edifício foi implantado em um terreno levemente inclinado. Aqui os recursos hídricos são bastante limitados e o sistema de proteção contra incêndios se tornou um grande desafio a ser resolvido. Por isso os arquitetos integraram os espelhos d'água externos com o sistema de combate a incêndios. Ao mesmo tempo, estes elementos ampliam a distância entre o edifício e a rua comercial, servindo como um mediador entre o edifício e o público, resguardando-o da movimentada via comercial.
Caminhando ao longo destes espelhos d'água, os visitantes desembarcam na rua comercial, onde os arquitetos acrescentaram espaços semi-abertos com forma de pavilhões, desfocando as fronteiras entre os espaços internos e externos, integrando todo o conjunto em um único espaço fluido e contínuo. O edifício principal funciona como um elemento dinâmico deste enorme pátio público, oferecendo um lugar tranquilo para descansar. O cobertura do edifício foi inspirada nas cumeeiras de asa de andorinha, clássicos elementos da arquitetura tradicional de Fujian, reinterpretando a herança da arquitetura tradicional e incorporando-a em um projeto de arquitetura contemporânea.
Cenários mutantes
O projeto de paisagismo foi concebido segundo a tipologia de jardins chineses, usufruindo da exuberante paisagem local, a qual se transforma a cada estação. A paisagem arquitetônica parece ter sido delicadamente implantada em meio a natureza. As colinas, os pinheiros, os pórticos e os tipos de pavimento, tudo foi pensado segundo à estética da dinastia Song. Este pátio tem o sabor dos jardins tradicionais e ao mesmo tempo o frescor da arquitetura contemporânea. A experiência visual é completamente tridimensional. Os caminhos que atravessam a área, o corredor temático "caminho de pedra ao som da primavera", tudo foi cuidadosamente planejado para enfatizar o prazer da vida no campo combinado com um espaço arquitetônico ao mesmo tempo rico e complexo.