- Área: 905 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Erieta Attali
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto procurava desenvolver uma edificação que conseguisse relacionar a criação de cavalos e o reconhecimento do lugar.
Basicamente, essa é uma residência para um criador de cavalos, não um estábulo, por isso o programa estabelecido responde de uma maneira distinta e menos prática que um estábulo comum. Para isso foi necessário o desmembramento de um programa clássico reinterpretando e adicionando novos usos, escalas e fluxos.
Todos os fluxos, percursos, áreas de bebedouros, etc. buscam estar mais afastados uns dos outros para que exista um caminho na função diária da criação e assim essa rotina funcional passe a ser um exercício estético. O desenho não divide as funções mas as conecta. Os fluxos, que poderiam parecer aleatórios, não o são, estão desenhados de tal maneira para criar esse deslocamento estético e assim função e plasticidade dialogam criando uma interconexão.
São trabalhadas duas escalas, a humana e a do animal, que mudam em altura e materialidade e que estão conectadas para serem sempre partes do mesmo. Desenvolve-se, então, um trabalho de escalas onde aparecem três tipos (além das duas citadas anteriormente, existe a escala intermediária). Essa conexão permite que o projeto se desenvolva de tal maneira que se entenda o usuário não somente como o humano, mas também o animal.
O desenho não é apenas um desenvolvimento formal, ele vai mais além, procura relacionar função com habitabilidade para criar assim uma moradia específica, que é determinada pela materialidade. Os materiais escolhidos assumem, em toda a arquitetura, um papel fundamental, determinando a atmosfera que será criada no espaço.
No caso deste projeto, a materialidade escolhida tem muito em comum com a região em que a edificação está inserida, a luz que ela recebe e o programa que procura abrigar. Desta forma, as decisões tomadas para sua implementação estão estritamente relacionadas a nova funcionalidade deste projeto. Desde as transparências quase absolutas das redes até a luz fraccionada através das vigas, tornando a função cotidiana dentro da edificação quase cenográfica.