- Área: 354 m²
- Ano: 2018
-
Fotografias:César Bejar
-
Fabricantes: Comes, Construlita, Helvex, Interceramic, Napresa, New Window
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa El Cielo está conformada por três volumes térreos e sólidos. Como se tivessem sido esculpidas na rocha ou escavadas na montanha, estas três caixas parecem ter sido entalhadas de modo a criar espaços interiores contidos e surpreendentes. Parecem ter sido recortados pela luz, fendas estreitas que desembocam em amplos espaços, onde a luz se acomoda e acaba suspensa no tempo, como um fio d'água que encontra seu caminho através da pedra dura esculpido-a com uma precisão milimétrica.
Estes três volumes representam a clara divisão programática do projeto, construindo uma volumetria introvertida e íntima, um edifício que é percebido como um único objeto desde o exterior, mas que revela distintas especialidades internamente.
Percebendo este volume maciço e pesado como uma escultura de espaços e formas, de cheios e vazios, alternando paredes e aberturas que se transformam em janelas, relevos e vazios. Sua materialidade envelhecerá com dignidade, expressando-se tal como foi concebida, assumindo uma certa atemporalidade. Nas paredes de tijolo aparente se escondem pequenos detalhes, mas a sua materialidade crua e nua é expressa com vigor, criando uma atmosfera aconchegante e cálida.
Todas as paredes são estruturais e seus espaços fluidos, resultado de um sistema construtivo limpo e honesto.
As caixas são diferentes umas das outras, mas conservam uma proporção harmônica entre elas, criando espaços intermediários que fragmentam o programa. A caixa central é então responsável por articular estes elementos, conectando os volumes extremos e opostos, um espaço de passagem que segundo o ponto de vista, pode ser visto como um pátio ou como uma ponte. Um espaço semi-aberto que se funde com a sala e visualmente se conecta com o lago existente a frente da casa.
Orientadas para o sul, as janelas da fachada principal se abrem para receber as projeções das sombras das árvores, incorporando-as como um elemento a mais na sua sutil paleta de cores e materiais.
O programa então se desenvolve do centro para as extremidades. No térreo a área comum é o elemento central da casa enquanto que os espaços complementares ocupam os dois volumes laterais. No pavimento superior, cada volume recebe um dos três quartos que configuram a área íntima da casa. A transição entre estes três elementos se dá através dos pequenos afastamentos entre os volumes, vazios que atuam como antessalas, como momentos de pausa e reflexão. A partir do interior, estes espaços são percebidos como limites, enquanto que a partir do exterior, eles são vistos como espaços de transição.
Os quartos se conectam através de um corredor aberto para o pátio, o qual funciona como um elemento de controle e resguardo da privacidade da casa.
O terreno é bastante complexo pois encontra-se em uma esquina onde há três diferentes tipos de afastamento em cada um de seus lados. Como consequências disso, uma área verde de amortecimento foi incorporada na frente assim como um talude de resguarda o edifício do movimento da rua.
