- Área: 68 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Haruo Mikami
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma antiga edificação de Brasília desenhada por Oscar Niemeyer - que nos seus últimos anos funcionou como escola - foi reativada com o propósito de abrigar novos projetos.
Um deles é o Studio Cento e 7 N, proposta do Debaixo do Bloco Arquitetura para receber um cliente cosmopolita que mora sozinho, recebe amigos e viaja.
Em uma antiga sala de aula de 8,50 m de comprimento por 8,00 m largura e Pé direito de 3,20m o arquiteto Clay Rodrigues propôs um layout que distribui Sala de Estar, Cozinha, Home Office, Quarto e Banheiro de forma conectada.
As áreas sociais têm integração total – sala, cozinha e home office - enquanto quarto e banheiro são isolados de forma parcial ou total com dois elementos construtivos projetados propositalmente dentro da área livre 68 m²:
- O primeiro, um pilar de 1,10 m de comprimento que ajuda na estruturação das treliças do telhado e faz a delimitação física e visual da sala de jantar/cozinha para o quarto, além disso serve de apoio para um bar e suporte para a única tv da casa.
- O segundo, um cubo preto de pedra levigada com 2,20 m de altura, solto do teto, cria a privacidade necessária para o ambiente. A escala reduzida e a cor foram definidas propositalmente com o intuito de levar a sensação de abrigo e intimidade.
O telhado aparente não foi uma decisão de estilo de arquitetura, mas sim para manter um pé direito alto. O piso possuía 3 níveis diferentes: Nível 1, rua. Nível 2, onde o professor dava aula. Nível 3: da sala de aula. Com um novo nível uniforme de “+ 70 cm” a sala perdeu amplitude visual, para resolver esse problema foi decidido criar forros setorizados, mas descolados da telha.
Para camuflar os diferentes elementos estruturais e materiais foram pintados de branco; as telhas, treliças, estruturas e instalação, uma forma de unir os elementos transformando-os em um só, assim então diminuindo também a poluição visual.
O forros setorizado e “soltos” da telha delimitam de forma sutil os ambientes.
Eles também possuem alturas diferentes onde de forma gradual ficam mais baixo conforme o uso do ambiente; Cozinha 2,70 m, Sala 2,40 m, Quarto 2,20 m e por fim o cubo do banheiro em 2,10 m.
Apesar dos tirantes visíveis para segurar esse item do projeto a sensação - principalmente de noite quando a telha desaparece e o forro se destaca - é que ele está flutuando no espaço.
Outro elemento construtivo são os brise-soleil verticais locados nas fachadas frontal e posterior, uma forma de integrar interior com exterior e diminuir a incidência solar direta. Esses elementos criam janelas esguias que obedecem a um ritmo - inspiração trazida de um prédio residencial da quadra 107 norte de Brasília.
Iluminação cenográfica e pontual compõem o interior do ambiente junto a uma marcenaria em madeira freijó desenhada pelo escritório. O acabamento das paredes é uma mistura de cimento e cola desenvolvido em obra e cria um fundo neutro em cor, mas irregular em texturas e sombras.
Na decoração mobiliário 100% brasileiro, assim como, todas as pedras que revestem piso, bancadas e paredes, junto a objetos pops, revistas de moda e lembranças de viagem estão expostos pela casa quadros do artista Christus Nobrega e Aldemir Martins, itens que dão personalidade ao espaço.